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sábado, 31 de dezembro de 2011

O que esperar de 2012?


Esperamos que o povo acorde...


... e participe!

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Última Bicicletada de 2011


Quem compareceu à última edição da Bicicletada de Maceió pôde compartilhar momentos de muita alegria e descontração. Os participantes da Bicicletada se encontraram no tradicional ponto, em cima do viaduto Aprígio Vilela, no bairro do Farol.


O local estava um pouco deserto devido ao período de férias escolares. De lá, os ciclistas seguiram em direção à rua Araújo Bivar, na Pajuçara, onde degustaram pastel chinês, esfiha e jogaram conversa fora.

na vaga de um carro, foi possível estacionar oito bicicletas



A turma estava animada e ainda saiu para dar uma volta pela orla de Pajuçara, tirou foto com a árvore de natal de luzes e seguiu até a Ponta Verde. Reuniram-se mais uma vez para jogar conversa fora e ali permaneceram por mais algumas horas.


Participe você também da próxima Bicicletada de Maceió, um momento de confraternização dos ciclistas da cidade. A data já está marcada: será no dia 27 de janeiro.


quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Pena de morte II


Na manhã de ontem (28), mais um cidadão foi assassinado pelo simples fato de ter escolhido um meio de transporte não poluente para realizar seus deslocamentos pela cidade.

Entre os meses de junho e setembro deste ano, participamos de oito reuniões no Ministério Público Estadual na tentativa de incluir a bicicleta no trânsito de Maceió. Ao final das oito reuniões, a Prefeitura se esquivou de sua responsabilidade e o Ministério Público se mostrou conivente com o fato, já que não se manifestou sobre o assunto desde então.

Se o cidadão que morreu não fosse um trabalhador, mas o filho do Prefeito, de um vereador ou de um promotor, o assunto continuaria sendo tratado com o mesmo descaso? Até quando vamos continuar tolerando essa matança no trânsito?


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Leia também:

- Ciclista morre atropelado por carreta próximo ao Makro

- 8ª reunião no Ministério Público

- Pena de morte

- Darwin e a bicicleta


quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Retrospectiva 2011

O ano de 2011 foi bastante movimentado para os participantes da Bicicletada de Maceió, porém com poucas realizações concretas, pouco envolvimento da sociedade e algumas frustrações. Apresentamos abaixo um resumo, mês a mês, dos acontecimentos mais importantes para o movimento nesse ano que chega ao fim.

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JANEIRO



Começamos o ano sugerindo que as pessoas aproveitassem o verão de uma maneira mais saudável, conhecendo as belezas do estado de Alagoas utilizando a bicicleta. Na postagem intitulada “nesse verão, vá à praia de bicicleta”, apresentamos algumas paisagens muitas vezes acessíveis apenas de bicicleta. Se você não aproveitou as dicas em 2011, aproveite que o verão de 2012 já está aí!


Participamos de uma reunião com o superintendente da SMTT, José Pinto de Luna, que chegara recentemente à SMTT. Naquela oportunidade, apresentamos a ideologia da Bicicletada e Luna se mostrou bastante antenado às novas ideias de Mobilidade Urbana. Segundo o jornalista Ricardo Mota, o superintendente Pinto de Luna deixará a SMTT dentro de poucos dias. Você, como cidadão maceioense, faça uma avaliação da gestão do Sr. Pinto de Luna na SMTT, durante todo o ano de 2011. Houve algum avanço da humanização do trânsito que pretendíamos naquele primeiro encontro?


Para fechar o mês, realizamos a primeira Bicicletada do ano, com uma expressiva participação dos ciclistas e uma curiosa abordagem dos agentes de trânsito da SMTT.

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FEVEREIRO



Demos continuidade à luta contra o terrível hábito do maceioense de estacionar automóveis sobre o espaço destinado aos pedestres, o passeio público. Mostramos inclusive uma foto da própria viatura da SMTT cometendo tal infração. O superintendente da SMTT publicou a foto em seu blog e, pouco tempo depois, substituiu as viaturas da SMTT, tentando desvencilhar a imagem daquele carro na calçada da sua nova gestão.


Também em fevereiro, enquanto brincávamos no Jaraguá Folia, no Bloco da Bicicleta, tivemos a triste notícia do “monstrorista” que atropelou dezenas de ciclistas em Porto Alegre, na realização da Bicicletada de lá. Como resposta, realizamos um protesto em solidariedade às vítimas de Porto Alegre.

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MARÇO



Em março, fizemos a divulgação do projeto apresentado por Natália Garcia e, no mesmo mês, tivemos a felicidade de anunciar o sucesso da aprovação de seu projeto, denominado “Cidades para Pessoas”.

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ABRIL



Em abril, voltou à tona a discussão sobre a licitação do transporte coletivo de Maceió, que vem se arrastando desde 2007.



Também naquele mês, demonstramos que, quando a Prefeitura quer fazer algo, coloca um trator na rua. Mas, quando não quer, dá início a um Plano, como é o caso do Plano de Mobilidade dos Não Motorizados, iniciado em junho de 2008 e que atualmente encontra-se engavetado em algum órgão da Prefeitura.

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MAIO




Em maio, os motoristas ficaram indignados com o aumento do preço da gasolina, que chegou a atingir R$ 3,00. Para combater o aumento abusivo, diversos órgãos públicos realizaram um protesto na orla marítima de Maceió e nós nos fizemos presentes para questionar o porquê de não haver o mesmo envolvimento desses órgãos quando o assunto é referente à bicicleta, aos pedestres ou ao transporte coletivo.



No mesmo mês, a SMTT transformou a Avenida Jatiúca em sentido único e, até hoje, não apresentou qualquer solução para o trânsito de bicicletas no sentido contrário ao dos carros.


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JUNHO




O mês de junho iniciou com um dia de festa para os ciclistas: o tradicional passeio ciclístico do Instituto do Meio Ambiente – IMA.




No mesmo mês, os participantes da Bicicletada de Maceió foram convidados pela vereadora Heloísa Helena a participarem da primeira, de um total de oito reuniões realizadas no Ministério Público Estadual.


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JULHO




Em julho, participamos da audiência pública para discutir a licitação do transporte coletivo de Maceió, onde expusemos algumas sugestões para melhorar o serviço em Maceió.



Na Bicicletada daquele mês, fomos chamados de baderneiros quando limpávamos a sujeira deixada pelos automóveis nas paredes do viaduto Washington Luís.

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AGOSTO



Participamos de reuniões na SMTT e no DNIT, dando continuidade à série de reuniões propostas pelo Ministério Público Estadual.



No final do mês, ficamos um pouco desanimados com a participação cada vez menor dos ciclistas na Bicicletada.


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SETEMBRO



Começamos o mês de setembro frustrados com a falta de resultados concretos depois de uma série de oito reuniões realizadas no Ministério Público Estadual.



Terminamos o mês bastante empolgados com a realização do 1º Desafio Intermodal de Maceió e de mais uma edição do Dia Mundial Sem Carro.


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OUTUBRO



Durante o mês de outubro, acompanhamos as discussões sobre a tentativa das empresas de ônibus em aumentar a tarifa dos coletivos. Aproveitamos para apresentar a proposta Tarifa Zero, algo bastante revolucionário para o nosso falido sistema “privado” de transporte coletivo.

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NOVEMBRO


O mês de novembro foi de poucas postagens no blog. Assistimos algumas críticas (01 - 02 - 03) realizadas por jornalistas locais ao insucesso da atual gestão da SMTT.

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DEZEMBRO


O mês de dezembro também foi de poucas postagens: apresentamos um vídeo que conta a história do surgimento das ciclovias holandesas; um passe vitalício de transporte coletivo, na cidade de Murcia, na Espanha, para o motorista que decidir abandonar seu carro; um relatório da ONU enfatizando a necessidade de sistemas de transporte coletivo para a melhoria da Mobilidade Urbana. Também mostramos um video apresentando a eficiência da bicicleta, ao ultrapassar 200 carros em menos de 5 minutos.

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sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Como ultrapassar 200 carros em menos de 5 minutos




O barulho de fundo não é o motor de uma motocicleta, é apenas a trepidação da câmera. A filmagem foi feita a partir de uma bicicleta, na Av. Barão de Atalaia, em Maceió, no dia 13/12/2011, por volta das 9h da manhã.

O congestionamento de automóveis é histórico nessa avenida. No ano de 2000, a Prefeitura de Maceió inaugurou um viaduto prometendo reduzir o engarrafamento. Como pode ser visto no video, o engarrafamento já chegou ao próprio viaduto.

Mesmo se mostrando ineficaz, o viaduto continua no imaginário popular do maceioense como a solução para os problemas de congestionamento de trânsito.

Vá de bike!

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Leia também:

- Nesse verão, vá à praia de bicicleta


quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Sistema BRT contribui para mobilidade urbana sustentável, aponta ONU


Segundo relatório, a adoção desse tipo de transporte é benéfico por reduzir a emissão de poluentes.

Por Aerton Guimarães


Um relatório divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU) recentemente recomenda a adoção do BRT (Bus Rapid Transit) nas cidades com o objetivo de promover a mobilidade urbana de maneira sustentável.

Segundo o documento ‘Rumo a uma Economia Verde: Caminhos para o Desenvolvimento Sustentável e a Erradicação da Pobreza’, “o sistema de trânsito rápido de ônibus de Bogotá está contribuindo para a queda de 14% nas emissões por passageiro e, como um produto de seu sucesso, o BRT foi reproduzido em todo o mundo em Lagos, Ahmadabad, Cantão e Joanesburgo”.

No estudo, a ONU ressalta a importância das ações governamentais no quesito sustentabilidade. “A distribuição deste investimento – redes de transporte, acesso a serviços, construções, sistemas de água e energia – terá um papel crucial no processo de evitar ou restringir infraestruturas com alta emissão de carbono na próxima geração”, diz o relatório.

O BRT é um termo geral utilizado para sistemas de transporte urbano com ônibus, em que melhorias significativas de infraestrutura, veículos e medidas operacionais resultam em uma qualidade de serviço mais atrativa. Sua principal característica são os corredores exclusivos para ônibus circularem.

Atualmente, três cidades brasileiras contam com o sistema em funcionamento, de acordo com levantamento da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU): Curitiba (PR), Goiânia (GO) e Uberlândia (MG).

Projetos

Tendo em vista a Copa do Mundo de 2014, várias das cidades-sede do evento apresentaram ao Ministério das Cidades projetos de implantação do BRT. Estão previstos 22 projetos, sendo que uma cidade pode abrigar mais de um: em Belo Horizonte (MG), Curitiba(PR), Fortaleza (CE), Manaus (AM), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Brasília (DF) e Salvador(BA).

Para a NTU, os sistemas em andamento “vão muito além da perspectiva de atendimento das demandas imediatas relacionadas à Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de em 2016. Os projetos de BRT contribuem para criação de sistemas, que se transformarão em legados para grandes contingentes populacionais urbanos e não somente para aqueles que estão envolvidos nesses eventos internacionais”.

Bogotá

Praticamente todos os componentes de BRT foram desenvolvidos na cidade de Curitiba durante os anos 70, 80 e começo dos anos 90.

O sistema oferece as vantagens de linhas exclusivas de ônibus com integração em terminais especiais, e a rapidez e baixo custo da construção para a tecnologia de ônibus. Com isso, os veículos circulam com maior velocidade, sem retenções de trânsito, consumindo menos combustíveis e, consequentemente, emitindo menor quantidade de poluentes.

Essa tecnologia, hoje bastante difundida, vem sendo adotada por grandes cidades em todo o mundo, como Londres, Johanesburgo, Istambul, Teerã, Nova Dehli, Beijing, Los Angeles e Cidade do México, entre outras.

Em Bogotá (Colômbia), está o exemplo de maior sucesso. Em 1999, o BRT foi implantado, o que transformou a realidade da cidade. Aprovado por mais de 80% da população, o Sistema Transmilenio (foto abaixo), como foi batizado, proporcionou queda de 80% no número de acidentes de trânsito e a emissão de poluentes foi reduzida em 33% nos últimos anos. Boa parte da população trocou os carros pelos ônibus, o que fez a utilização de automóveis cair cerca de 20%.


Dados da NTU mostram que as motocicletas poluem 32 vezes mais e gastam cinco vezes mais energia por pessoa transportada do que o ônibus. Os automóveis, por sua vez, poluem 17 vezes mais que os ônibus por pessoa.

Além disso, segundo um estudo de 2008 do instituto americano ITDP, um sistema BRT custa de dez a 100 vezes menos que um sistema de metrô, além de ser mais rápido de se implantar.

Fonte: Agência CNT de Notícias

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Veja também:







segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Troque seu carro por um passe vitalício no transporte público


Em um esforço para promover seu novo sistema VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), reduzir os congestionamentos e a poluição do ar, a cidade de Murcia, na Espanha, está oferecendo passe gratuito vitalício em seu sistema de transporte público para os cidadãos que abrirem mão de seus carros. A campanha, “Mejor en Tranvía”, é uma iniciativa para encorajar o uso do transporte público da cidade.

O sistema VLT de Murcia, o Tranvía, em funcionamento desde maio, é uma linha de 18km de transporte elétrico de superfície. Embora há pouco tempo aberto ao público, o sistema está em teste desde 2007. Atualmente, apenas uma linha está completa, com mais três em construção. Em uma cidade com população de 440.000 pessoas altamente dependentes dos veículos particulares, o VLT será muito útil, principalmente para aqueles que moram no entorno das linhas, afirma a Time Magazine.

O passe vitalício de transporte público é o primeiro passo da campanha de Murcia para reduzir o número de motoristas na cidade. Depois de recolher veículos livres de dívidas e em funcionamento, a cidade passou para o segundo passo: desmontar os carros recolhidos para fazê-los “desaparecer”.

“Mais especificamente, para cada comentário enviado via Facebook ou Twiiter, os mecânicos de Murcia retiram uma peça de um dos carros da nova coleção veicular da cidade, até mesmo com reprodução ao vivo via webcam para todos verem”, explica o site Springwise.

A peça final na campanha publicitária de Murcia foi mostrar a dificuldade que é estacionar no centro. De uma forma bem-humorada, a cidade colocou carros em vagas impossíveis para demonstrar quão ridículo o trânsito da cidade se tornou.

Uma forma pouco convencional e impactante de comunicar: para incentivar o uso do transporte público, a cidade de Murcia, na Espanha, colocou carros em vagas impossíveis de estacionar, demonstrando a dificuldade de estacionar na cidade. (Foto: Mejor em Tranvía)


Para complementar a campanha, a cidade também criou videoclipes curtinhos promovendo a troca dos carros pelo passe de transporte público, e destacando as desvantagens do uso de veículos privados.

Você trocaria seu carro por um passe vitalício de transporte público?

Fonte: TheCityFixBrasil


sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

O surgimento das ciclovias holandesas




Será necessário que o Brasil passe por uma crise para que seu viés de Mobilidade Urbana seja alterado?

Em vez de ficarmos eternamente nos lamentando: "infelizmente nossa cidade não foi planejada", não está na hora de começarmos a mudança?



segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Em vez de carros, bicicletas

Por Tatiana de Mello Dias, 17 de novembro de 2011 - 18h37

O Partido Pirata conseguiu uma votação histórica nas últimas eleições em Berlim.

Agora, recém-empossados no Parlamento, os piratas enviaram uma carta para o senador Ehrhart Körting dispensando os carros oficiais. No lugar deles, os novos políticos querem 15 bicicletas (cada uma custando no máximo US$ 2,6 mil) e bilhetes de transporte público.

Membros do Partido Pirata em Berlim votam durante reunião (DIVULGAÇÃO)

Os piratas explicam que um carro com motorista custaria 93 mil euros por ano para cada um. Como foram eleitos 15, os custos anuais iriam para mais de 465 mil euros. As bicicletas custariam 30 mil euros, válidos por tempo indeterminado. A substituição, segundo eles, poderia economizar 369 mil euros.

O Partido Pirata alemão teve a maior votação de sua história. Eles abocanharam 9% dos votos para as eleições estaduais de Berlim — isso deu a eles 15 cadeiras no Parlamento, uma vitória inesperada.

“A principal força do Partido Pirata nessas eleições foi a transparência, além da insatisfação com a política que está sendo feita aqui”, explicou ao Link o brasileiro Fabrício do Canto, um dos responsáveis pela vitória dos piratas nas eleições.

Na plataforma, eles foram além das questões normalmente abordadas — como flexibilização do copyright e liberdade na rede — e incluíram em sua plataforma propostas de inclusão social.


sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Trânsito em Maceió: uma avalanche de problemas

* publicado no Blog do Vilar (09h09, 04 de novembro de 2011)


No dia de ontem, a imprensa local deu um destaque “negativo” mais que merecido à Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT) da capital alagoana. E, longe de personalizar culpas, mostrando o quão grave são os problemas naquela pasta, que ao longo das administrações do prefeito Cícero Almeida (PP) parece ter trabalhado em duas vertentes: paliativos e a espera que, por meio de uma “solução mágica”, o trânsito melhore por si só com as aberturas de vias.

Algumas estradas são necessárias evidentemente, mas uma cidade não pode ser única e exclusivamente planejada para os automóveis, como se estes fossem o sinônimo da vida pós-moderna, que nos cobra velocidade, pressa, e tudo para ontem. “Tenha o seu possante e seja alguém”. Ora, uma cidade é feita de pessoas que – prioritariamente, por mais que tenham seus carros de última geração e luxo completo – são pedestres.

O investimento em transporte e massa e a cobrança de que este seja de qualidade faz-se necessário quando se pensa em longo prazo, pois é a única maneira de melhorar o trânsito efetivamente. Não dá para conscientizar as pessoas de utilizarem o transporte público (e não gratuito, como muitos gostam de falar erroneamente) com as latas velhas que por aí circulam. Mas, se assim é a situação de hoje, é por falta de um planejamento sério para o transporte coletivo ao longo de décadas.

Desde a falência da antiga empresa pública de transporte coletivo de Maceió, até o jogo de bastidores entre empresários e políticos que permitiram algumas aberrações, como o sistema seguir com quase que completa ausência de fiscalização. Com ônibus que possuem muito mais do que o tempo de vida previsto em lei, mas ainda estão em circulação; com a falta de licitação, que só foi dado andamento ao processo por pressão do Ministério Público Estadual e da Justiça. Se dependesse do Executivo municipal (e do Legislativo) tal licitação jamais – eu disse: jamais! – sairia do papel. Isto é um fato! Caso contrário, basta a perguntar a qualquer um da vereança, que por lá se encontra há décadas: por que não foi feito antes?

O transporte público em Maceió sempre foi visto em segundo plano por motivos simples: o lucro que gera para quem não quer largar o osso; ele não é usado por nossos representantes, que não sabem as agruras da lata velha (motivos confessáveis, fora os que vão aos bastidores). Afinal, a cada político o seu possante. Como explicar, por exemplo, que o aumento de combustível faça com que o Legislativo se mobilize em torno de campanhas para denunciar abuso, em um sentimento de revolta contagiante, mobilizando OAB e outras entidades; mas quando o assunto é aumento de passagem a vereança fique tímida, discuta quase que silenciosamente, ou – em alguns casos, que não será este pelo visto – o reajuste ocorra em janeiro (quando a estudantada, que é quem mais reclama, está de férias)!

O transporte de massa em Maceió precisa ser passado a limpo. Não se pode mais discutir reajuste antes da realização do processo licitatório ou/e de se discutir qualidade, mostrando efetivamente como será cobrado dos ganhadores da licitação que cumpram os itens básicos. Como se tem visto – e este foi o objeto de recente matéria jornalística – a SMTT tem sofrido para conseguir cumprir uma de suas funções: fiscalizar.

Em Maceió, não tem se fiscalizado o tráfego nas vias. O que mais se vê são possantes estacionados em calçadas, sobretudo nas vias com bares, restaurantes e faculdades. Não tem dado conta dos congestionamentos, pois não se veem agentes (e não é culpa deles, mas da estrutura) tentando normalizar o trânsito, além de outros fatores, como a existência de R$1,5 milhão no Fundo Municipal de Transporte que não é usado por falta de projetos.

Quanto às fiscalizações, um dos responsáveis da SMTT, em entrevista, disse que o quadro de agentes era insuficiente, apenas 50. E falou ainda mais: não há previsão para solução em curto prazo. Curto prazo? Só é solução de curto prazo se os problemas foram detectados agora. Se assim o foram é incompetência generalizada de uma administração municipal.

Como se não bastasse, há dois contratos na SMTT que nunca mais se falaram neles: 1) o de manutenção da lombada eletrônica. Por elas não poderem funcionar, há quebra-molas até em ladeira aqui em Maceió (sinal de tecnologia no controle de velocidade no trânsito, não é mesmo?). 2) o de manutenção dos semáforos (espanta-me a quantidade de semáforos que vivem quebrando ou sem funcionamento em uma volta rápida na cidade. Será que sou eu enxergo isso, enquanto dirijo?). Estes contratos eram mantidos de forma irregular. Foram suspensos pela atual superintendência, devidamente denunciados, mas...e o depois?

Volto a dizer: não se deve personalizar o problema em um superintendente. Mas, a cobrança de projetos – há técnicos competentes para isso na administração municipal! – eficientes que atrelados ao processo licitatório do transporte público, à detecção das vias que merecem mais atenção, seja de controle de tráfego e de fiscalização, às ciclovias, dentre outros pontos, apresentem soluções em curto, médio e longo prazo. Em curto prazo sim! Porque pagamos por isso; e ao que consta a cada ano pagamos mais caro. Que fale por si só, o IPTU!


quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Quem deve pagar pelo transporte?


No início da semana que passou, foi noticiado na imprensa alagoana que as empresas que prestam o serviço de transporte coletivo urbano em Maceió estariam reivindicando o aumento do valor da tarifa, dos atuais R$ 2,10 para R$ 2,49. Os vereadores debateram o assunto na sessão da Câmara Municipal do dia 11/10/2011 e a SMTT convocou reunião do Conselho Municipal de Transporte Urbano (Comtu) para a última quinta-feira (13).

Ao que parecia, o palco já estava montado para o Teatro do Aumento da Tarifa:

1º Ato - As empresas reivindicam o valor de R$ 2,49, quando necessitariam de R$ 2,30... e mesmo sabendo que as moedas de 1 centavo saíram de circulação;
2º Ato - O Comtu referenda o valor de R$ 2,49;
3º Ato - O prefeito, para sair de bonzinho e amigo da população, fixa um valor intermediário entre R$ 2,10 e R$ 2,49. Ou seja, o valor de R$ 2,30 que já era pretendido pelas empresas.

Porém, não foi o que aconteceu.

Durante a reunião, a própria SMTT apresentou uma “contraproposta” no valor de R$ 2,30. Ora, mas se a planilha de custos utilizada pela SMTT é a mesma utilizada pelas empresas, como pode haver disparidade nos valores? A tarifa do transporte coletivo é determinada por fórmulas matemáticas ou por uma “pechincha política” entre empresários, Prefeitura e população?

Outro fato importante é que a reivindicação de aumento de tarifa veio em meio à elaboração do edital de licitação do serviço de transporte coletivo de Maceió, processo que já se arrasta por mais de quatro anos. Na reunião do dia 13, ficou decidido que nenhum aumento de tarifa será concedido até ser concluído o edital de licitação. O prefeito também se pronunciou, através da imprensa, reafirmando tal decisão.

Mesmo assim, foi marcado, através do Facebook e do Orkut, um protesto contra um “possível” aumento da tarifa, a ser realizado no dia 25, na Av. Fernandes Lima. Também está marcada para a próxima segunda-feira (24), um debate envolvendo o atual superintendente da SMTT, Sr. José Pinto de Luna, o vereador Ricardo Barbosa e a Prof.ª Dra. Regina Coeli Marques, da Ufal.



* Vale lembrar que a Bicicletada de Maceió não tem qualquer ligação com qualquer partido político, seja de situação ou de oposição à atual gestão municipal. Nosso objetivo é apenas o de esclarecer a população para que esta sim, através da luta política, possa reivindicar melhores condições de mobilidade em Maceió.

Quando parecia que o assunto tinha esfriado um pouco, eis que hoje (20) a Associação dos Transportadores de Passageiros do Estado de Alagoas (Transpal) convoca uma entrevista coletiva para insistir na necessidade de concessão do aumento da tarifa por parte da Prefeitura. Segundo a superintendente da Transpal, Sra. Ana Lúcia Martins da Costa, as empresas não podem abrir mão do aumento e defendem o valor de R$ 2,49.

Segundo Ana Lúcia, as empresas de ônibus sofrem concorrência desleal com as vans, táxis-lotação e mototáxis que, por não pagarem impostos, realizam o serviço com valores abaixo dos cobrados pelos coletivos, causando evasão de usuários do sistema, fazendo com que aqueles que continuam a utilizá-lo tenham que cobrir os custos operacionais.

Outro ponto colocado por Ana Lúcia foi referente às gratuidades existentes no sistema. O poder legislativo, ao criar as gratuidades, não leva em consideração que estas serão pagas pelos demais passageiros, onerando ainda mais a tarifa.

Mas está aí o ponto principal de toda essa discussão sobre o aumento da tarifa. A Transpal tem toda razão no que diz. Se as empresas gastam X, precisam ser ressarcidas em X. As empresas não vão trabalhar para fazer caridade aos maceioenses. Se assim o fizessem, já estariam falidas.

Porém, como não há concorrência e o usuário não tem opção de escolha, é muito fácil gerir empresa de ônibus em Maceió! A empresa presta o serviço e repassa todos os seus custos para os usuários. Como o transporte é um serviço essencial e a cidade precisa dele para funcionar, a empresa dificilmente terá de se preocupar em ter prejuízo. Basta que a empresa apresente sua planilha de custo e demonstre que só tem capacidade de funcionar se for ressarcida em 100% do que gasta. Se não, estará caminhando em direção à falência.

Há que se frisar que existem outros fatores que oneram a tarifa do transporte coletivo, que também foram citados na coletiva da Transpal, como por exemplo, a inexistência de corredores exclusivos para os ônibus (não confundir com "faixa seletiva"). O transporte coletivo precisa ter prioridade no trânsito, pois transporta a maioria da população e tem horários a cumprir. Um ônibus, que transporta 50 passageiros, não pode ficar preso num congestionamento que está sendo gerado por milhares de automóveis, cada um com uma única pessoa. Se o ônibus fica preso em congestionamentos, o gasto de combustível é maior e, consequentemente, será repassado para a tarifa.





Na última oportunidade em que foi debatido o processo licitatório do transporte coletivo de Maceió, há pouco mais de três meses, nós apresentamos algumas sugestões que trariam melhoria ao transporte coletivo. Naquela oportunidade, também apresentamos a proposta difundida pelo ex-secretário de transporte de São Paulo, Sr. Lúcio Gregori.








A proposta denominada Tarifa Zero questiona o porquê de pagarmos para utilizar o transporte coletivo urbano, sendo este um serviço público. A ideia lançada por Lúcio Gregori é a de que os custos do transporte coletivo sejam rateados por toda a população, e não apenas por aqueles que o utilizam.

Mas, infelizmente, o pensamento que ainda impera na Prefeitura de Maceió é o de que todo cidadão um dia terá seu próprio carro para se deslocar e, para aqueles que ainda não atingiram esse “sonho”, oferece-se a migalha do transporte coletivo. Tal afirmação pode ser comprovada com as dezenas de obras viárias realizadas pela Prefeitura com o único objetivo de “dar mais fluidez aos automóveis”, uma ideia que já caducou na década de 1960, quando da construção de Brasília.

Tendo foco exclusivo no automóvel, a Prefeitura se exime de um debate mais amplo sobre a Mobilidade na cidade, excluindo os ciclistas, os pedestres e até mesmo o serviço de trens urbanos, que não tem qualquer integração com os ônibus, sendo na realidade, concorrentes, e não complementares.

Toda essa discussão em torno da necessidade ou não de aumentar a tarifa é apenas reflexo da omissão e da falta de transparência do poder público municipal quando o assunto é transporte coletivo de passageiros.


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Leia também:


Notícias antes da reunião do dia 13:

- "Com os atuais serviços prestados, aumento da tarifa de ônibus é um absurdo", por Cada Minuto, em 12/10/2011

- Vereadores criticam aumento de passagem de ônibus para R$ 2,49, por Tudo Na Hora, em 11/10/2011

- Tarifa de ônibus pode chegar a R$ 2,49 em Maceió, por Tudo Na Hora, em 10/10/2011

- SMTT convoca nova reunião com Conselho Municipal de Transportes Urbanos, por Ascom SMTT, em 10/10/2011



Notícias pós-reunião do dia 13:

- Barbosa propõe discussão sobre valor da tarifa de ônibus na Câmara, por O Jornal, em 14/10/2011

- SMTT e Comtu adiam aumento das tarifas, por Ascom SMTT, em 14/10/2011

- Cícero Almeida descarta aumento na passagem de ônibus, por O Jornal, em 13/10/2011

- Estudantes se mobilizam contra aumento de passagem, por Alagoas 24 Horas, em 13/10/2011

- Ônibus: SMTT anuncia proposta e prefeito diz que não autoriza aumento, por Alagoas 24 Horas, em 13/10/2011

- SMTT e Conselho Municipal decidem manter passagem de ônibus em R$ 2,10, por Cada Minuto, em 13/10/2011

- O aumento para a passagem de ônibus em Maceió foi discutido hoje na SMTT, por TV Pajuçara, em 13/10/2011

- Durante reunião, SMTT apresenta proposta de reajuste da passagem, por TV Gazeta, em 13/10/2011

- Nova tarifa do transporte urbano de Maceió deverá ser de até R$ 2,30, por Gazetaweb, em 13/10/2011

- Reajuste de tarifa de ônibus só deve ocorrer depois de licitação, por Tudo Na Hora, em 13/10/2011

- Aumento de tarifa de ônibus? E o Fundo Municipal de Transporte Urbano?, por Luis Vilar, em 13/10/2011



Quando o assunto veio à tona novamente:

- Edital de licitação dos transportes deve ser concluído até o dia 24, de acordo com prefeitura, por Cada Minuto, em 20/10/2011

- Empresários de ônibus contra-atacam: aumento é garantido por lei federal, por Alagoas 24 Horas, em 20/10/2011

- Empresas de ônibus pedem bom senso e não descartam paralisação, por Tudo Na Hora, em 20/10/2011

- Aumento de passagem: empresários reivindicam votação para reajuste, por Gazetaweb, em 20/10/2011

- Comissão de Serviços Públicos quer respostas sobre possível aumento de tarifa, por Cada Minuto, em 20/10/2011

- Edital de licitação dos ônibus não sai e Almeida fica “contrariado”, por Ricardo Mota, em 19/10/2011

- Vereador quer a Câmara discutindo aumento de tarifa, por O Jornal, em 18/10/2011


domingo, 9 de outubro de 2011

Quem precisa ter carro?


Numa manhã de domingo, próximo à UFAL...


Leia também:

- Uso racional do automóvel

- Troque seu carro por sua vida

- Quem precisa ter carro? Por Thiago Guimarães

- Liberte-se do vício


- Carro: casar ou só ficar?

- Dirigir para trabalhar ou trabalhar para dirigir?

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Quem topa fazer em Maceió?




Para marcar o Dia Mundial Sem Carro, um grupo de ciclistas de Curitiba fez uma intervenção artística urbana para conscientizar e sensibilizar a sociedade sobre necessidade da bicicleta ser tratada como meio de transporte.

Segue o artigo do Código de Trânsito Brasileiro citado no video:

Lei Federal 9.503, de 23/09/1997, Código de Trânsito Brasileiro:

Art. 82. É proibido afixar sobre a sinalização de trânsito e respectivos suportes, ou junto a ambos, qualquer tipo de publicidade, inscrições, legendas e símbolos que não se relacionem com a mensagem da sinalização.


Se você gostou da ideia e tem outras que poderiam ser colocadas em prática, venha participar da Bicicletada de Maceió, toda última sexta-feira do mês, às 18h, em cima do viaduto Aprígio Vilela, no Farol.

A próxima Bicicletada acontecerá no dia 28 de outubro.

Deixe seu comentário aqui no blog ou escreva para bicicletadademaceio@gmail.com

Saia da inércia!

Participe!


quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Pelo twitter...


O superintendente da SMTT, Sr. José Pinto de Luna, divulgou, através do seu twitter, a imagem de um veículo estacionado sobre o passeio público, aparentemente na Av. Dom Antônio Brandão, no Farol.

No comentário da imagem, Luna diz: “Depois reclamam que existe a 'industria da multa' por parte da SMTT.”

Mas, se há tanta matéria-prima para a tal “indústria” funcionar (como já expusemos em outra postagem), o que está faltando para a lei ser cumprida?

Lei Federal 9.503, de 23/09/1997, Art. 181, inciso VIII:
Estacionar o veículo no passeio ou sobre faixa destinada a pedestre, sobre ciclovia ou ciclofaixa, bem como nas ilhas, refúgios, ao lado ou sobre canteiros centrais, divisores de pista de rolamento, marcas de canalização, gramados ou jardim público:

Infração - grave;

Penalidade - multa;

Medida administrativa - remoção do veículo;

Será que o veículo da foto foi multado e removido? Será que os milhares de veículos que estacionam sobre o passeio público diariamente estão sendo multados e removidos? E se estiverem apenas sendo multados, mesmo que seus condutores tenham dinheiro suficiente para pagar as multas, não teriam eles atingido a pontuação máxima permitida na Carteira Nacional de Habilitação?

Como se pode esperar que o superintendente se interesse em exigir o cumprimento da lei, sendo esse cargo comumente ocupado por políticos? O atual superintendente já se apresenta como possível candidato a vereador nas próximas eleições. Se a SMTT começasse a multar os carros que estacionam sobre as calçadas, Luna não estaria provocando antipatia nos motoristas e, consequentemente, perdendo votos?

Como poderíamos exigir o cumprimento da lei sem que o superintendente perca seu carisma perante a população?

Comente!


Leia também:

Sobre os passeios públicos...

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Sobre os políticos...

- Prefeito lituano passa com tanque em carro parado em local proibido

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sábado, 1 de outubro de 2011

40ª Bicicletada de Maceió


Aconteceu, na última sexta-feira (30), a 40ª edição da Bicicletada de Maceió. Assim como ocorreu na 39ª edição, apenas quatro pessoas se fizeram presentes no encontro mensal dos ciclistas da cidade.



Mesmo em número reduzido, incapaz de criar uma massa crítica de bicicletas no trânsito, os poucos presentes seguiram pela Av. Fernandes Lima, em meio ao imenso congestionamento de automóveis, panfletando com os motoristas e tentando mostrar-lhes outra possibilidade de cidade, mais humana e agradável de se viver.


panfleto entregue pelos ciclistas


Porém, o constante esvaziamento da Bicicletada de Maceió nos deixa uma certa inquietude: se há um número tão grande de pessoas utilizando a bicicleta em Maceió (o que é perfeitamente visível para qualquer um que queira ver), por que essas pessoas não se reúnem para cobrar seu espaço na cidade, como é comum acontecer em outras cidades?

Será que devemos acreditar no comentário que recebemos da Sra. Patrícia Gomes, na postagem da última Bicicletada?

Patrícia Gomes:
Já passei por esse tipo de questionamento qdo militei em alguns movimentos (sindical e feminista)e qdo conheci a bicicletada senti um sopro de esperança sobre meu coração insatisfeito. Com o que vejo neste post, me amedronto. Fico temerosa de estar certa, de Maceió não ser uma terra de revolução, mas de pasto. De gado.

Será mesmo que Maceió não é uma terra de revolução? E se for verdade, manter-nos-emos nessa inércia para sempre? Até quando devemos continuar aceitando que pessoas sejam assassinadas no seu percurso casa-trabalho simplesmente porque escolheram um meio de transporte que só traz bem para a saúde e para a cidade? Até quando devemos continuar aceitando a ideia de que o transporte público (assim como os demais serviços públicos) são destinados aos “losers” e que cada cidadão precisa comprar seu próprio automóvel para congestionar e poluir ainda mais nossa cidade? Até quando devemos continuar aceitando que nossas calçadas sejam tratadas como espaços privados por parte do poder público, que pouco se importa em saber que há cidadãos (como os portadores de necessidades especiais) que sequer conseguem exercer seu direito de ir e vir?

São essas injustiças que continuam fazendo com que continuemos persistindo com a Bicicletada em Maceió, mesmo que depois de 3 anos de existência ela não consiga reunir pouco mais do que 3 ciclistas num único dia do mês.

Gostaríamos de saber a opinião daqueles que, apesar de não participarem, ainda dedicam seu tempo à leitura deste blog. Na sua opinião:

a) A que se deve o esvaziamento da Bicicletada de Maceió?

b) Por que conseguimos juntar mais de cem ciclistas em “passeios” noturnos, mas não conseguimos nem 10% dessa quantidade quando convidamos as pessoas para exercerem sua cidadania?

c) Será que podemos acreditar que cidadania se resume apenas a ir às urnas de dois em dois anos, apertar alguns botões e esperarmos, sentados em casa, que tudo melhore?

d) O que poderia ser feito para a Bicicletada de Maceió ter uma maior adesão dos ciclistas ou daqueles que simplesmente sonham com uma cidade melhor?

Comente!

Sua opinião é extremamente importante para o futuro da Bicicletada e da cidade onde você mora.


sábado, 24 de setembro de 2011

O Dia Mundial Sem Carro de 2011


A semana que passou foi bastante movimentada para os participantes da Bicicletada de Maceió. Na terça-feira (20), foi realizado o 1º Desafio Intermodal de nossa cidade. A iniciativa já acontece há vários anos em diversas cidades brasileiras e, este ano, chegou a Maceió.





O evento consiste em percorrer um trajeto pré-definido, na hora do rush, utilizando diversos modais diferentes, para ser feita uma avaliação comparativa entre o tempo gasto por cada um, levando também em consideração a eficiência energética e a poluição emitida por cada modal de transporte.





Dez voluntários participaram do desafio: duas pessoas a pé, duas de bicicleta, três de carro, uma de táxi, uma de moto e uma de ônibus. Clique na imagem abaixo para ver o resultado do desafio:



Apesar de a motocicleta ter chegado um minuto antes da primeira bicicleta, ela não pode ser considerada uma vencedora. Podemos observar que a poluição emitida por ela é mais do que o dobro da poluição emitida por um automóvel. Além do que, a despesa da bicicleta é igual a zero e os benefícios para a saúde são imensos.





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Na quinta-feira (22), aconteceu mais uma edição do Dia Mundial Sem Carro – DMSC em Maceió. Em comparação com 2009 e 2010, este foi o ano que teve o menor engajamento dos ciclistas. Aqueles que se fizeram presentes realizaram uma panfletagem, na Praça Centenário, com os motoristas que se dirigiam ao trabalho, lembrando-os da data.



Quanto mais se aproximava das 8h da manhã, o trânsito de automóveis ia ficando mais congestionado. De lá, os ciclistas seguiram, em meio aos carros, em direção à rua Cincinato Pinto, no Centro, onde a Prefeitura de Maceió desenvolvia suas ações alusivas ao dia.



A cada janela aberta, os ciclistas aproveitavam para entregar um panfleto ao motorista e lembrar que se ele escolhera a bicicleta, em vez do carro, não estaria preso naquele congestionamento. Alguns motoristas recebiam (e até pediam) o panfleto com curiosidade sobre o que se passava, enquanto outros eram bastante hostis, chegando a acusar os ciclistas de estarem provocando todo aquele congestionamento.

Ao chegar à rua Cincinato Pinto, os ciclistas descobriram que todo aquele congestionamento estava sendo gerado, não apenas pelo excesso de carros na cidade, mas pela ausência dos agentes de trânsito na orientação dos motoristas, já que os mesmos realizavam, naquele momento, um protesto pelo assassinato de um colega.

Muitos motoristas mostravam desconhecimento da data do DMSC. Além de termos prevenido a Prefeitura sobre a ineficácia de se fechar a rua Cincinato Pinto (já que as ações desenvolvidas naquela rua ficam restritas justamente a pessoas que não utilizam o automóvel), acreditamos que houve pouca divulgação para a população sobre o DMSC.




Algumas faixas foram fixadas na avenida Fernandes Lima informando sobre o DMSC e outras avisavam sobre o fechamento da rua Cincinato Pinto. Porém, como elas estavam intercaladas, poucas pessoas fizeram relação de uma informação com outra. Algumas pessoas pensaram que a Cincinato Pinto seria fechada para recapeamento ou alguma obra de saneamento.



Acreditamos que, para o sucesso do DMSC, é necessário o verdadeiro engajamento do prefeito da cidade. A Prefeitura, entendendo os problemas que os automóveis trazem para o meio urbano, deve “remar contra a correnteza” da vontade das pessoas de utilizar o automóvel e oferecer alternativas (como o transporte público de qualidade ou infraestrutura para o uso da bicicleta com segurança) para que as pessoas possam deixar o carro em casa.

Se fosse realmente vontade da Prefeitura a redução do número de automóveis na cidade, o prefeito deveria ter ido à TV, no horário das novelas da Globo, durante toda a semana, alertando os motoristas a buscarem alternativas no 22 de setembro. Em outras cidades, no DMSC, o prefeito vai trabalhar de bicicleta ou utilizando o transporte coletivo. Na véspera do DMSC, o senador Eduardo Suplicy foi ao Senado de bicicleta como forma de lembrar a data.

Também deveriam ser criadas facilidades, mesmo que apenas para aquele dia (para servir de exemplo), para o uso da bicicleta e do transporte coletivo. Sugerimos que uma via de grande fluxo (como a Fernandes Lima) fosse bloqueada para os automóveis, porém liberada aos coletivos, às bicicletas e aos veículos de emergência. Infelizmente, a Prefeitura não nos deu ouvido e, apesar dos usuários de bicicleta não ficarem presos em congestionamento, os usuários de transporte coletivo foram extremamente prejudicados no DMSC, precisando abandonar o ônibus no meio do caminho e seguir a pé até o trabalho.

O DMSC não deve ser um dia para causar o caos na cidade. Muito pelo contrário. Propondo que as pessoas deixem o carro em casa, pelo menos naquele dia, busca-se mostrar como a cidade seria mais agradável com menos carros circulando. Fica então a pulga atrás da orelha: será que esse caos que a Prefeitura provocou, obtendo grande antipatia dos motoristas, não seria intencional?

Em futuras edições, provavelmente, os motoristas não receberão o DMSC como uma data para reflexão, mas com grande rejeição.

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Ao final do DMSC, os ciclistas participaram do tradicional passeio noturno. Saindo do Corredor Vera Arruda (na Jatiúca), percorreram diversas ruas da cidade e fizeram uma pausa na Praça dos Martírios (no Centro).



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Veja também:

- Bicicleta é alternativa para trânsito caótico de Maceió, por Jornal Extra Alagoas

- No Dia Sem Carro, avenidas de Maceió ficam lotadas de veículos, por Gazetaweb

- Dia Mundial Sem Carro é marcado por trânsito caótico em Maceió, por Tudo Na Hora

- Dia Sem Carro: congestionamento em vários pontos da cidade, por Alagoas 24 Horas

- Chamada ao vivo sobre o Dia Mundial Sem Carro, por TV Gazeta

- No DMSC, o Centro de Maceió viveu mais um dia caótico, por TV Pajuçara

- Dia Mundial Sem Carro, por Esporte Campeão

- Warnes na ruas : Ciclistas no Dia Mundial Sem Carros, por Warner Oliveira

- Sátira do CQC sobre a participação dos políticos no DMSC de São Paulo