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sábado, 20 de outubro de 2012

Pedalar + caminhada = mais dinheiro gasto no comércio local


Promover a bicicleta e caminhadas significa mais lucro para lojas e restaurantes locais, não importa de que local do país você está pedalando e/ou caminhando.

Isso não é um sentimento subjetivo ou mero achismo, como foi constatado.

Em Nova York, uma pesquisa dos compradores em East Village, produzido pela Transportation Alternatives, conclui que os residentes e visitantes em East Village de Manhattan “dependem muito da bicicleta e do transporte público para chegar no bairro e transitar por ele.”

O estudo diz ainda que as pessoas que utilizam estes modos de transporte é que “gastam a maior parte dos dólares que circulam no comércio, e estão crescendo em número, graças à implementação de ciclovias protegidas e melhoria da segurança de pedestres ao longo da Primeira e Segunda Avenidas.” Estas comodidades são populares entre os moradores e visitantes, acrescenta, “e encorajam mais mulheres a andar de bicicleta, ou se sentem propensas a fazê-lo.”

 
1ª Avenida, East Village, Manhattan, Nova Iorque

TransAlt recomenda que os empresários locais e o Departmento de Transportes de Nova Iorque continuem a apoiar a expansão da rede cicloviária de Nova Iorque, incluindo “uma rede mais robusta de ciclovias protegidas e mais estacionamento de bicicletas.”

O estudo é um retrato dos padrões de viagem e gastos de residentes e visitantes no East Village. Foram incluídos na pesquisa os seguintes pontos:
 
  • Despesa semanal agregada dos usuários do transporte público e transporte não motorizado são responsáveis por 95% de dólares gastos no varejo na área de estudo.
  • Motoristas e usuários de transporte motorizados gastam apenas 5% dos dólares de varejo total no bairro.
  • Ciclistas e pedestre têm o maior gasto per capita semanal, US$ 163 e US$ 158, respectivamente, em empresas locais. Usuários de carro e metrô gastam menos, US$ 143 e US$ 111, respectivamente, embora o volume de passageiros do metrô coloca esse modal em primeiro lugar no valor total gasto em cada modo de transporte.
  • Pessoas que costumam fazer seus deslocamentos a pé ou de bicicleta, visitam o bairro com mais frequência. 61% dos caminhantes e 58% por cento dos ciclistas visitam o bairro mais de cinco vezes por semana, em comparação com 44% dos condutores e 34% de passageiros do metrô.

“Ruas que promovem a bicicleta e a caminhada significa mais negócios para lojas e restaurantes locais”, disse Paul White Steely, Diretor Executivo da ONG Transportation Alternatives. “Quando se trata do impacto das ciclovias sobre as empresas locais, é um caso de” se você construir, eles virão. “Não é nenhuma surpresa que no East Village, que é lar de algumas das melhores políticas de segurança das ruas da cidade, ciclistas e pedestres desempenham um papel fundamental na economia local. ”

Portland, OR é uma cidade completamente diferente e a situação ciclismo da Manhattan densamente povoada, onde a maioria das pessoas tem que ser ciclista, pedestre ou usuário do transporte público em vez de condutores de automóveis para conseguir se locomover.

Portland não é nem de perto tão populosa, mas andar de bicicleta é o principal estilo de vida na cidade mais amiga da bicicleta do país. Ela tem um grande impacto na economia da cidade e sua infraestrutura, de acordo com pesquisadores da Universidade Estadual de Portland, incluindo Kelly J. Clifton, Professor Associado de Engenharia Civil e Ambiental.

Um artigo recente da TR News por Clifton, e sua equipe “Ciclos de Negócios, atendendo o mercado Bicicleta”, descobriu que, enquanto os motoristas de carros gastam mais em supermercados e restaurantes do que os outros modos de transporte, os caminhantes, ciclistas e usuários do transporte público visitam os locais com mais frequência, e assim, no espaço de um mês, gastam mais.

“Os ciclistas são gastadores maiores, em média”, Clifton escreve. “Os consumidores que chegam de automóvel não necessariamente transmitem maiores benefícios monetários para as empresas do que ciclistas, usuários de transporte público, ou pedestres. Este achado é contrário ao que os empresários muitas vezes acreditam.”

Estes relatórios transcontinentais percorrem um longo caminho para dissipar a noção de que pensar seu negócio voltado para o carro é de alguma forma melhor ou mais preferível economicamente. Além disso, se você estiver andando ou de bicicleta você não está gastando uma parcela significativa do seu rendimento disponível em combustível e também está beneficiando a sua saúde e o meio ambiente.

Artigo publicado originalmente em inglês por Bill DiBenedetto na TriplePundit.


quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Debate sobre Mobilidade Urbana

 
Na próxima quinta-feira (25/10), haverá um debate sobre Mobilidade Urbana, organizado pelo Departamento dos Estudantes de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Alagoas – DEAU/UFAL


Entre os debatedores estão o arquiteto e urbanista Manoel Messias, secretário adjunto de Obras, Transporte e Logística da Secretaria de Estado da Infraestrutura, o engenheiro civil Judson Cabral, deputado estadual e o arquiteto e urbanista Dr. Geraldo Majela, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Alagoas – FAU/UFAL.


O evento tem previsão de início para as 19 h, é aberto ao público e acontecerá no bar Engenho Massayó, localizado na esquina da Av. Dr. Antônio Gomes de Barros (antiga Amélia Rosa) com a Rua José Maia Gomes, em frente ao ITEC, próximo ao bar Alagoana.

Não perca!

 

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Entrevista: Ayfer Baykal


 "A cidade é para as pessoas, não para os carros"      

Prefeita do departamento técnico e ambiental de Copenhague – uma espécie de secretária municipal de urbanismo e meio ambiente da capital dinamarquesa -, Ayfer Baykal é considerada uma das maiores autoridades mundiais no uso do ciclismo como alternativa ao caos no tráfego dos grandes centros urbanos (leia mais na página 96), Com mais da metade de seus moradores recorrendo todos os dias à bicicleta para ir ao trabalho e à escola, Copenhague pretende se tornar, até 2025, a primeira cidade do mundo neutra em emissão de gás carbônico. “Cada vez que criamos uma faixa para ciclistas numa rua, o número de bicicletas cresce 20% e o de carros diminui 10%”, diz ela. “Ciclismo gera ciclismo.”

ÉPOCA – A que a senhora atribui o alto índice de contentamento da população de Copenhague?
Ayfer Baykal – Nosso foco é oferecer maior qualidade de vida numa cidade grande. O urbanismo é tradicionalmente ligado a ruas barulhentas, uma profusão de carros e ar poluído. Em Copenhague, desafiamos essa visão. Sabemos que os copenhaguenses querem maneiras seguras e fáceis de percorrer a cidade em suas bicicletas. Oitenta e cinco por cento deles têm acesso a uma bicicleta. E mais da metade usa sua bicicleta para chegar ao trabalho ou à escola. Então, estou focada na construção de ciclovias e calçadas, em vez de grandes faixas mais amplas de carros e estacionamentos.

ÉPOCA – Numa cidade como São Paulo. Maior até que Nova York é possível criar uma estrutura eficiente para ciclistas?
Ayfer Baykal – Claro que é. Mas isso requer escolhas políticas, uma profunda análise do tráfego e estratégias de como diminuir o numero de carros, abrindo espaço para ônibus, trens e bicicletas. Nos próximos quatro anos, ampliaremos nossas linhas de metro, construindo corredores de ônibus, ciclovias e calçadas maiores. Estamos dando aos motoristas alternativas atraentes para seus carros, em vez de apenas puni-los. Há estradas de bicicleta com faixas largas e estações de bombeamento para os pneus. Mesmo alguém que mora a 15 quilômetros pode chegar a seu destino pedalando. Muitos urbanistas internacionais recebem de Copenhague uma inspiração concreta sobre como planejar uma cidade. A prefeitura de Nova York esta copiando nossas pistas para ciclistas e as batizou “pistas de Copenhague“. Tenho certeza de que as grandes cidades brasileiras poderiam fazer o mesmo.

ÉPOCA – Que medidas seu governo está tomando para tornar Copenhague uma cidade mais verde?
Ayfer Baykal – Nosso objetivo é tornar Copenhague uma cidade neutra em emissão de gás carbônico até 2025. Para isso, trabalhamos fortemente na redução do número de carros, plantamos árvores em parques de asfalto e organizamos nossos parques para que eles sejam atraentes para as pessoas. Temos uma legislação ambiental rigorosa e investimos muito dinheiro na limpeza do porto. Agora, construímos instalações para nadar em vários lugares da cidade e criamos praias a leste e ao norte do centro. Cada vez que um novo prédio é construído, ele tem de cumprir os regulamentos da área para que não arruíne a visão dos outros edifícios. Se um arquiteto quer construir acima do limite permitido naquela área, a prefeitura tem de aprovar um plano local novo, e os habitantes da localidade serão ouvidos. Incentivamos arquitetos, engenheiros e urbanistas a tornar os edifícios energeticamente eficientes.

ÉPOCA – Qual o maior erro no planejamento urbano?
Ayfer Baykal – É ampliar as ruas como única solução para os engarrafamentos. A cidade é para as pessoas, não para os carros. É necessário fazer uma análise geral da mobilidade na cidade para, em seguida, criar ciclovias, calçadas amplas, corredores de ônibus e metrôs e dar aos motoristas boas alternativas para o carro. Isso reduzirá o nível de ruído e poluição. Também é fundamental ter uma rigorosa legislação ambiental para que os cidadãos tenham parques, ar e água limpos.


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Veja aqui outras postagens sobre Copenhague em nosso blog.
 
 

domingo, 7 de outubro de 2012

As propostas do prefeito eleito de Maceió



Durante o período eleitoral, procuramos ouvir os candidatos a prefeito de Maceió no quesito Mobilidade Urbana. Participamos da sabatina ocorrida no auditório do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia - CREA/AL, entre os dias 03 e 12 de setembro de 2012. Lá, fizemos a mesma pergunta a cada um dos candidatos e filmamos suas respostas.


Pretendíamos publicar, aqui no blog, os vídeos com as respostas de cada um dos oito candidatos. Como não conseguimos fazer a pergunta aos candidatos Ronaldo Lessa e Sérgio Cabral, para sermos imparciais, decidimos não publicar os vídeos dos outros seis candidatos. Ronaldo Lessa não comparecera ao debate na data marcada (12/09/2012) pois, segundo nos informaram no CREA/AL, ele teria viajado a Brasília para tratar do julgamento de sua candidatura no Tribunal Superior Eleitoral - TSE. Segundo também nos informou o CREA/AL, não conseguiram contato com o candidato Sérgio Cabral para convidá-lo para a sabatina.
 
Como a eleição já foi decidida, publicamos então o vídeo do prefeito eleito de Maceió, Rui Palmeira, do PSDB. Antes de fazer a pergunta, pedíamos ao candidato que não dissesse "o que seu partido pretende fazer", mas "como pretende fazer". O que deve ser feito, nós já estamos cansados de saber. Não queríamos ouvir os candidatos prometendo a construção de ciclovias, a melhoria do transporte coletivo, etc. Pedimos para que ele explicasse em que a proposta do seu partido e coligação diferenciava das propostas dos demais partidos. Por que o eleitor deveria escolhê-lo e não os demais?
Após a pergunta, oferecemos o mesmo tempo a cada um dos candidatos: 4 minutos. Rui Palmeira encerrou sua resposta em 2’34”. Segue a pergunta e o vídeo com a resposta:
 
“Historicamente, Maceió, assim como inúmeras cidades brasileiras, tem sido construída em função do automóvel, como se cada cidadão, um dia, fosse dispor do seu próprio veículo para se deslocar. As outras formas de deslocamento, como o ônibus, a bicicleta e os próprios pedestres têm sido deixados em segundo plano. Esse modelo excludente de mobilidade, além de impedir o direito de ir e vir de uma grande parcela da população, está lotando a cidade de automóveis, encaminhando-a para o colapso.

A pergunta é...

Quais são as suas ideias (e do seu partido) para reverter esse processo: restringir o uso excessivo do automóvel e diversificar as formas de deslocamento na cidade?”