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quinta-feira, 29 de agosto de 2013

O que se pode carregar numa bicicleta?

Tudo. Ou quase tudo. O ciclista urbano Moacir Pedrosa produziu uma galeria de fotos de sua bike carregada com aquilo que transporta no dia a dia, de marmita a cavalinho de madeira.

por Sabrina Duran, em 28/08/2013

os resultados de um exame de tomografia computadorizada e de exames laboratoriais (Foto: Moacir Pedrosa)

Pode-se levar muita coisa no bagageiro de uma bicicleta. Muita coisa mesmo. As compras do mercado, livros, equipamentos eletrônicos, garrafa de vinho, roupa de trabalho, marmita, fralda, cavalinho de madeira, gente e até outra bicicleta.

Para quem ainda resiste em adotar esse modal de transporte por receio de perder a praticidade do carro, o ciclista Moacir Pedrosa, de Maceió (AL), mostra que a praticidade não se perde com a bike, só fica mais criativa. Ele fez uma série de fotos com sua bicicleta carregada com as coisas que leva e traz todos os dias, de casa ao trabalho e em momentos de lazer. A lista citada no início desse texto é dele. E além daqueles itens há outros tantos que ele acomoda com destreza no seu bagageiro.

A bicicleta nos oferece menos espaço para levar objetos, é verdade. Mas isso não nos impede de carregá-los. A diferença entre carregar a vida em um carro ou num delgado bagageiro é que, no segundo caso, a circunstância nos faz ser mais objetivos. Levamos só aquilo que é essencial, e deixamos para trás tudo o que é peso inútil. A vida em cima de uma bicicleta não é só mais ágil como também mais leve.

 
mamão formosa, banana prata, mangas rosas e tangerinas (Foto: Moacir Pedrosa)

lixo reciclável (Foto: Moacir Pedrosa)

 
2 edredons de casal (Foto: Moacir Pedrosa)

 
fio dental, desodorante, leite em pó, biscoitos, impressões em A3 e 20 metros de corda (Foto: Moacir Pedrosa)

 
caixa plástica de 38 litros (Foto: Moacir Pedrosa)

 
tonner, banana, mamão formosa, caquis, tangerinas e uvas (Foto: Moacir Pedrosa)

 
1 bicicleta (Foto: Moacir Pedrosa)
 
 impressora, servidor de impressão, cabo paralelo, fontes de energia, caixas de som e telefones celulares (Foto: Moacir Pedrosa)

 
sal, pepino, alface, abacate, mamão formosa, banana, abacaxis, pêras, laranjas cravo, laranjas pêra e uvas (Foto: Moacir Pedrosa)


camisa de manga longa, gravata e marmita térmica (Foto: Moacir Pedrosa)
 
25 caixas de Nexium 20mg e 48 caixas de Crestor 10mg (Foto: Moacir Pedrosa)
 
uma bolsa com as roupas do trabalho, shampoo, cavalinho de madeira e 152 fraldas descartáveis (Foto: Moacir Pedrosa)
 
   
uma bolsa com camisa de manga longa, gravata e uma capa para chuva e uma sacola com 24 livros balancetes de contas do condomínio (Foto: Moacir Pedrosa)
 
uma criança (Foto: Moacir Pedrosa)
 
 
corda para varal, presente do dia dos namorados e 2 garrafas de vinho (Foto: Moacir Pedrosa)
  
Fonte: Revista Época
  

sábado, 24 de agosto de 2013

Cicloviagem pelo sul da Alemanha

 
* por Maria Cecilia Setton
 
Em junho desse ano, eu e meu marido Eduardo fizemos uma fantástica viagem de bicicleta pelo sul da Alemanha durante cinco dias. A ideia de fazer essa viagem de bike surgiu bem ao acaso: marcamos nossas férias e decidimos ir para Alemanha passar 13 dias por lá. Como pedalo com bastante frequência em Maceió e já havia conversado com algumas pessoas que fazem cicloviagens pela Europa, me veio a ideia de fazer parte dessa viagem de bicicleta. A primeira coisa que fiz foi procurar informações na internet sobre passeios e viagens de bicicleta pela Alemanha. Não esperava que fossem aparecer tantas opções de empresas que prestam esse tipo de serviço. A partir daí já comecei a perceber como a utilização da bicicleta é valorizada e priorizada nos países desenvolvidos, bem diferente do Brasil. Depois de pesquisar bastante, entrei em contato com a empresa Bike Tours Direct (BTD) para obter mais detalhes sobre as rotas de bike. Escolhemos uma rota de cinco dias, pelo sul da Alemanha, saindo da cidade de Würzburg até a cidade de Donauworth, cuja operação seria da empresa local Velotours. Essa rota corresponde a um trecho da famosa Rota Romântica, um passeio obrigatório para quem visita o sul do país. O pacote que fechamos com a Velotours (através da BTD) incluía aluguel das bikes, hospedagem em todas as cidades, transporte das nossas bagagens de uma cidade para outra e os mapas da rota. Detalhe: nossa viagem seria self-guided, ou seja, somente Eduardo e eu, sem nenhum guia. No total pagamos 600 euros por pessoa. Alguns dias antes da viagem, recebi vários e-mails da BTD com informações sobre os hotéis, dicas sobre o passeio, informações sobre as bicicletas etc. Tudo muito bem explicado. Troquei vários e-mails com eles e sempre foram muito atenciosos.
 
Já estávamos na Alemanha havia dois dias quando chegamos à primeira cidade da cicloviagem (que também é a cidade de entrada para a rota romântica): Würzburg. Ao chegar ao hotel reservado pela BTD, nossas bikes e os mapas da rota já estavam lá nos aguardando. Nesse primeiro dia, fizemos um passeio pela linda cidade de Würzburg, onde bicicletas, carros, ônibus e pedestres convivem em perfeita harmonia.


 Mapas e informações fornecidos pela Velotours

 
Palácio Residenz em Würzburg

No dia seguinte, saímos de Würzburg com o objetivo de completar os 65 km até o primeiro destino: a cidade de Bad Mergentheim. No começo ficamos um pouco atrapalhados com o percurso, pois fiz uma modificação na rota fornecida pela empresa e as placas de sinalização das rotas de bicicleta ainda não estavam aparecendo. Mas nada grave, apenas demoramos um pouco mais do que o esperado no percurso. Depois dos primeiros 15 km começaram a aparecer as placas das rotas exclusivas para bicicletas. A partir daí nem mesmo os mapas eram mais necessários, pois a sinalização era excelente. A maioria do percurso foi feito em ciclovias exclusivas, longe das rodovias e cortando florestas, pastos, plantações e pequenos vilarejos. Apenas em alguns trechos, andamos por vias secundárias compartilhadas por carros. Ainda assim, era raro ver um carro passar e quando isso acontecia, os motoristas diminuíam a velocidade e tomavam uma distância enorme dos ciclistas. Respeito total!

Placas das rotas de bicicletas informando as distâncias e direções

Ciclovia em meio à plantação de trigo
 
 
Trilha no meio da floresta

Chegamos a Bag Mergentheim após 8 horas de viagem, pois era impossível não parar a cada 2 km para apreciar as belezas dos lugares e tirar milhões de fotos. Fizemos uma parada mais longa no meio do dia para almoçar em uma das charmosas cidadezinhas da rota romântica, cujo  nome é impronunciável (Tauberbischofsheim).

Parada para o almoço em Tauberbischofsheim

Nosso destino no segundo dia era a cidade mais famosa da rota romântica, Rothenburgob der Tauber. Essa cidade, assim como várias outras da região, ainda preserva a arquitetura e o clima de cidade medieval e nos dá a impressão que voltamos no tempo. Até hoje a cidade é cercada por um muro, construído na idade média para protegê-la de ataques inimigos.

Entrada da cidade de Rothenburg ob der Tauber

Praça principal (Marktplatz) de Rothenburg

O clima estava muito agradável nesse dia, não choveu nem fez muito calor e o passeio de 55 km foi fantástico.


No terceiro dia sofremos um pouco com a chuva que, apesar de não ser muito forte, nos acompanhou durante quase todo o percurso. Apesar do frio, pedalar debaixo de chuva também foi uma experiência sensacional. Depois de 65km, chegamos em Dinkelsbühl, cidade muito charmosa e bem mais calma que Rothenburg, sem aquela loucura de turista pelas ruas.


 
Chegada em Dinkelsbühl debaixo de chuva

Nos dois últimos dias, os percursos eram um pouco mais curtos e  os fizemos em menos tempo, assim deu para aproveitar mais as cidades.  Nosso último destino foi a cidade de Donauworth e, para fechar com chave de ouro, a BTD nos reservou o melhor hotel da viagem, super aconchegante e localizado na parte alta da cidade, de onde se via paisagens incríveis. Ao chegar no hotel, devolvemos as bikes e aproveitamos o resto do dia no hotel, com aquela sensação de dever cumprido e ao mesmo tempo saudades dos momentos vividos. 

Sem dúvida, essa experiência foi única em nossas vidas. Conhecemos o país de uma forma muito peculiar e intimista, vivenciamos a verdadeira cultura do local e o estilo de vida das pessoas, sem a influência do comum “feito para turista ver” que encontramos nas grandes cidades. Recomendo a todos!


Margem do rio Wornitz

 
Vista do Park Hotel em Donauworth
 

  

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Vagas de carro se transformarão em áreas de convivência em SP

Parklet em Oakland, EUA Parklet em Oakland, EUA

por Romullo Baratto

Entre os dias 15 e 18 de agosto, duas vagas da Zona Azul de São Paulo serão transformadas em áreas de convivência semelhantes a pequenas praças, inspiradas nos “parklets” americanos. Serão ocupadas duas vagas em diferentes locais da cidade, uma na rua Amauri, no bairro Itaim Bibi, e outra na rua Maria Antônia, em Higienópolis.

 Os idealizadores do projeto, do Instituto Mobilidade Verde, preferem o nome “zona verde”, em contraponto à Zona Azul do sistema de estacionamento. As mini-praças serão equipadas com bancos, estacionamentos de bicicletas, vegetação e iluminação através de energia solar. Todos os materiais utilizados no projeto são certificados.

O local onde comumente pára o carro se transformará em um lugar de encontro e trocas entre pessoas, provocando um debate sobre o uso dos espaços da cidade, ditos públicos.


Em outubro haverá uma segunda etapa do projeto, com zonas verdes espalhadas por 20 pontos da cidade durante um mês inteiro, fazendo parte da Bienal de Arquitetura. Segundo o grupo, o objetivo é que, se a resposta do público for positiva, a criação destes espaços passe a ser uma política da própria administração.

Esta é a espécie de iniciativa de curto prazo que, para um olhar superficial, pode significar apenas uma provocação e “menos duas vagas”, entretanto, além dos benefícios aos pedestres e ciclistas - que dispõem de um local confortável para se sentar e se reunir -, ela aumenta o movimento do comércio circundante, já que as pessoas consomem mais quando há um lugar para descansar em segurança, segundo uma pesquisa sobre intervenções semelhantes realizadas e Nova Iorque.

Os responsáveis pela iniciativa são José Marton, Vanessa Espínola, Pedro Useche, Paulo Alves, SuperLimão Studio e André Cruz, ligados ao grupo Design OK, e Helena Camargo e Guilherme Ortenblad.

Fonte: archdaily

Veja mais detalhes em mobilize.org

 

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Prefeito ciclista de Roma fecha avenida do Coliseu para carros


Uma das ruas mais movimentadas de Roma, que circunda o Coliseu, foi bloqueada para o tráfego de carros neste sábado. A ação foi um primeiro teste no plano de transformar a avenida numa área apenas para pedestres - e, claro, irritou muito os motoristas da cidade. O prefeito Ignazio Marino, no entanto, afirma que a iniciativa é importante.

"Precisamos decidir se queremos carros ou valorizar nossos monumentos", disse Marino, que adotou um estilo distinto desde a sua eleição, há dois meses, ao ir de bicicleta para compromissos. "Eu não acho que qualquer outra cidade no mundo (...) teria transformado o Coliseu, provavelmente o mais famoso monumento do planeta, em uma rotatória."

A arena de 2 mil anos, onde gladiadores lutavam batalhas sangrentas para o entretenimento de grandes multidões, foi escurecida pela fumaça do tráfego pesado que durante anos passou perto de suas paredes. O objetivo do prefeito é, eventualmente, transformar toda a área em um parque arqueológico.

O fechamento atinge a maior parte da estrada Fori Imperiali, de 1,1 km do Coliseu até o monumento gigante de mármore Victor Emaneule. O local ficou imortalizado pelo passeio de scooter de Audrey Hepburn e Gregory Peck no filme "A princesa e o plebeu", de 1953.

Por enquanto, táxis e ônibus ainda podem passar pela via que liga a Piazza Venezia ao Coliseu. A implantação do estágio experimental acontece em agosto, quando os moradores da cidade fogem do calor da capital.

Um grupo de extrema-direita disse que a medida será tomada "às custas das poucas lojas antigas e pequenos negócios já atingidas pela crise financeiras e pelos impostos". O argumento é péssimo. Há vários exemplos de áreas de comércio revitalizadas graças a medidas desse tipo. As pessoas passando a pé ou de bicicletas, afinal de contas, tem maior proximidade com as lojas de rua que alguém dentro de um carro. Neste link há um bom artigo sobre o que aconteceu em Nova York.

Fonte: Blog de Bike