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terça-feira, 30 de setembro de 2014

10ª reunião da perda de tempo


Estava marcada para as 13h de hoje (30), no auditório da SMTT, a 10ª reunião do Conselho Municipal de Transporte. Chegamos por volta das 13h20 e apenas o vereador Silvânio Barbosa (representante da Câmara Municipal de Maceió no Conselho) se encontrava no auditório. Ele disse que chegara às 13h e que mais ninguém havia chegado.

Em seguida, chegaram os conselheiros Luiz Antônio Jardim (CDL), Roberto Barreiros (SMTT) e Jorge Bezerra (SMTT). Por falta de quórum, às 13h45, Roberto Barreiros e Jorge Bezerra iniciaram e encerraram a reunião.

A Bicicletada não tem cadeira no Conselho. Reivindicamos uma vaga na primeira reunião, realizada em 28/05/2013, mas nos foi negada pelo fato do movimento não ter CNPJ. Mesmo assim, sempre consideramos as reuniões um espaço importante para discussão de temas relevantes que envolvem a Mobilidade Urbana em Maceió.

Ao final de cada reunião, depois da discussão de uma pauta vazia de conteúdo, pedíamos a palavra e tentávamos levantar a discussão de temas que considerávamos relevantes, como: a Tarifa Zero, as Jornadas de Junho, a licitação do transporte coletivo de Maceió, a ausência de infraestrutura destinada à bicicleta na cidade, o perigoso compartilhamento da Faixa Azul entre ônibus e bicicletas, dentre outros.
 
Contudo, a falta de interesse da SMTT em aprofundar essas discussões e dos demais conselheiros, que já se ausentavam da reunião antes mesmo de ser oficialmente encerrada, assim que iniciávamos as discussões, têm nos desmotivado a participar de tais reuniões, que representam uma verdadeira perda de tempo. Ao que parece, todos os problemas estruturais de Mobilidade Urbana em Maceió já foram resolvidos e não há nada mais importante a se discutir nessas reuniões do que um reajuste na tarifa do táxi ou a implantação de novos terminais de recarga dos cartões utilizados no transporte coletivo, por exemplo.
 
A ausência de quórum na reunião de hoje demonstra o descompromisso que os conselheiros (que têm obrigação de comparecer) têm com essas reuniões, diferente de nós, que só não comparecemos a duas das dez reuniões realizadas (mesmo sem termos qualquer obrigação de comparecer).

Para a reunião de hoje, estava marcada a apresentação da empresa que está implantando o rastreamento por GPS dos ônibus de Maceió. Pretendíamos indagar a SMTT sobre quatro assuntos que consideramos extremamente relevantes para a Mobilidade Urbana em Maceió:

1) Andamento da pesquisa origem-destino, apresentada na 9ª reunião;
2) Andamento do Plano de Mobilidade, que tem prazo até 03/01/2015 para ser concluído;
3) Andamento da licitação do transporte coletivo de Maceió;
4) Implantação de ciclofaixa na rua Dep. José Lages, conforme reunião que tivemos em 16/05/2014;

Também pretendíamos apresentar aos membros do Conselho os resultados do 4º Desafio Intermodal de Maceió. Chegamos a indagar o representante da SMTT sobre os quatro pontos listados acima:
 
1) Sobre a pesquisa origem-destino, disse estar sendo realizada pelo Governo do Estado e, portanto, não saberia informar;
2) Sobre o Plano de Mobilidade, disse não ser responsabilidade da SMTT, mas da Secretaria Municipal de Planejamento e, portanto, não saberia informar;
3) Sobre a licitação, disse estar aguardando a conclusão da pesquisa-origem destino;
4) Sobre a ciclofaixa na rua Deputado José Lages, disse estar aguardando orçamento para sua realização.

Diante da falta de seriedade por parte da SMTT e tamanho descompromisso dos conselheiros com as reuniões, Daniel Moura, participante da Bicicletada de Maceió, que vinha acompanhando e relatando o que era discutido nas reuniões, se negou a comparecer às próximas. Caso alguém se habilite a comparecer e relatar o que for debatido nas reuniões, o espaço do blog está aberto. Caso contrário, vamos poupar os leitores do blog de tanta mediocridade e, Daniel Moura, de tanta perda de tempo.
  
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Leia também:

- 1ª reunião do Conselho Municipal de Transportes - 28/05/2013

- 2ª reunião do Conselho Municipal de Transportes - 21/06/2013

- 3ª reunião do Conselho Municipal de Transportes -  30/07/2013

- 4ª reunião do Conselho Municipal de Transportes - 30/08/2013

- 5ª reunião do Conselho Municipal de Transportes - 26/09/2013

- 6ª reunião do Conselho Municipal de Transportes - 29/10/2013

- 7ª reunião do Conselho Municipal de Transportes - 29/11/2013
    
    

sexta-feira, 26 de setembro de 2014

76ª Bicicletada de Maceió


A 76ª edição da Bicicletada de Maceió aconteceu em três momentos do dia. Às 6h30 da manhã, nos encontramos em cima da passarela do Cepa e afixamos faixas mostrando os prejuízos que o automóvel traz para a cidade e os benefícios que o transporte coletivo e a bicicleta podem trazer, quando são estimulados pelo poder público.


Enquanto expúnhamos as faixas, conversávamos com as pessoas que passavam por cima da passarela, principalmente aqueles que estavam com bicicleta, convidando-os a participar da Bicicletada. Permanecemos ali até as 8h da manhã e então retiramos as faixas.


Às 16h30, retornamos à passarela para afixar novamente as faixas, para que fossem vistas pelas pessoas que retornavam do trabalho, no sentido centro-periferia. Permanecemos ali até as 18h30, quando seguimos em direção ao viaduto Aprígio Vilela, tradicional ponto de encontro da Bicicletada, onde outra parte do grupo, que não pudera ir mais cedo à passarela, se concentrava.


Ficamos surpresos com a quantidade de pessoas que nos aguardavam no viaduto. Além das bicicletas, compareceram cinco participantes do grupo Maceió Patins Clube. De lá, seguimos um percurso de cerca de 10 km que foi traçado pela turma do Maceió Patins Clube.
      

Passamos novamente pela passarela do Cepa, para retirar as faixas que tínhamos afixado. Fizemos o restante do percurso, descendo a Av. Fernandes Lima e ladeira Geraldo Melo, passando pela Praia da Avenida, pelo calçadão do Centro, subindo a ladeira do Brito e retornando novamente ao viaduto Aprígio Vilela, ponto inicial e final de toda Bicicletada.


Tem sido bastante gratificante ver o engajamento das pessoas na Bicicletada, que cresce não apenas em quantidade, mas em qualidade, com cada um dando sua contribuição para o engrandecimento do movimento, que busca uma cidade melhor para todos. Uma cidade mais humana, menos motorizada, onde haja mais encontros e mais vida nos espaços públicos.


Moacir Pedrosa, veterano participante da Bicicletada de Maceió, expôs sua emoção em ver o crescimento do grupo neste breve comentário do vídeo abaixo:


Esperamos poder contar com mais e mais participantes nas próximas edições, para que possamos ter uma verdadeira Massa Crítica na cidade, capaz de poder cobrar do poder público uma cidade mais humana, menos para os carros e mais para as pessoas.


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DIA MUNDIAL SEM CARRO DE 2014

Conforme comentamos na última postagem, a Prefeitura de Maceió decidiu antecipar a comemoração do Dia Mundial Sem Carro – DMSC da segunda-feira (22/09) para o domingo (21/09), passando a equivocada ideia da bicicleta apenas como um objeto de lazer, tentando ignorar sua importância e sua bastante utilizada função como meio de transporte.
      
  
O passeio organizado pela Prefeitura de Maceió, no domingo (21), segundo a própria Prefeitura, reuniu mais de mil pessoas. Até então, não tínhamos conhecimento do que a Prefeitura planejava para a segunda-feira (22).
  

Na segunda-feira, ficamos sabendo pelo grupo da Bicicletada no aplicativo de celular Whatsapp, por volta das 11h da manhã, que a Prefeitura realizava uma intervenção em comemoração ao DMSC, chamada de Vaga Viva e que, à noite, haveria uma palestra na Faculdade Maurício de Nassau. Em busca na internet, encontramos uma publicação no site da Prefeitura de Maceió, das 11h08 da manhã do sábado (20), que informava sobre a intervenção da segunda-feira.
  

Tomamos conhecimento do que foi realizado, em Aracaju, durante o DMSC. A Prefeitura de lá criou, com o auxílio de cones, uma ciclofaixa temporária para incentivar que os cidadãos utilizassem a bicicleta, no trecho de 1,6 km entre o Hospital de Urgências de Sergipe e a Av. Maranhão, como experiência. Seria interessante se Maceió tivesse seguido o exemplo de Aracaju e fizesse o contrário: em vez de um passeio ciclístico no domingo e uma Vaga Viva na segunda-feira (quando as pessoas estão trabalhando), uma Vaga Viva no domingo (com um local mais bem pensado, onde realmente trouxesse impacto para os automóveis) e uma ciclofaixa na Av. Fernandes Lima, na segunda-feira. Como o fluxo é mais intenso no sentido periferia-centro, no rush da manhã e, centro-periferia, no rush da noite, poder-se-ia utilizar uma das faixas do sentido oposto da avenida para implantar a experiência da ciclofaixa no DMSC.
    
Na tarde da segunda-feira (22), Daniel Moura, participante da Bicicletada de Maceió, foi convidado para participar do programa Gazeta Comunidade, na Rádio Gazeta AM, para falar sobre o Dia Mundial Sem Carro. Ouça aqui o podcast da entrevista.
 
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Ironicamente, assim como aconteceu em 2012, quando o Governo do Estado inaugurou a duplicação da rodovia AL-101 Sul em pleno DMSC, foi publicada no site TNH1* a matéria da imagem acima, que mostra que a Prefeitura ainda acredita que a solução para a Mobilidade Urbana está no oferecimento de mais espaço para o automóvel, com a construção de novas avenidas.
       
* Segundo o jornalista Odilon Rios e os sites Cada Minuto e Extra, o atual prefeito de Maceió é acionista do Pajuçara Sistema de Comunicação, responsável pelo site TNH, que veiculou a matéria acima.
    
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Veja também:

- Bicicletada de Natal/RN, hoje à noite.
     
- Revista Veja, de 24/09/2014, sobre as ciclovias/ciclofaixas de São Paulo (01 - 02)
  
- Maceió: Apenas 11 km de ciclovias em 4 anos
      
     

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

4º Desafio Intermodal de Maceió

  
Aconteceu, na manhã de hoje (18), a 4ª edição do Desafio Intermodal de Maceió - DIM. O evento consiste em percorrer um trajeto pré-definido (5,4 km), na hora do rush, utilizando diversos modais diferentes, para ser feita uma avaliação comparativa entre o tempo gasto por cada um, levando também em consideração a eficiência energética e a poluição emitida por cada modalidade de transporte.


Os participantes saíram da porta do Ibama, na Av. Fernandes Lima, às 7h30 e seguiram em direção à Praça dos Martírios, no bairro do Centro. Além das dez modalidades que participaram do DIM 2013, tivemos a inclusão do skate e da integração bicicleta+trem. No total, 21 voluntários participaram do desafio em 12 modalidades diferentes de transporte.


Assim como nas três últimas edições do DIM, a motocicleta foi a primeira colocada no quesito tempo, acompanhada da bicicleta que, utilizando a propulsão humana, chegou apenas 19 segundos depois do veículo motorizado de duas rodas. Se levarmos em consideração as despesas, a energia consumida e a poluição emitida, a bicicleta sagra-se campeã do desafio.


A grande surpresa do desafio foi o estreante skate, que ficou na terceira colocação, com um tempo de 17’47”, chegando antes mesmo do táxi, que fez o percurso em 18’06”. Por conta da Faixa Azul, ônibus e táxi tiveram um grande ganho de tempo em relação aos anos anteriores. O táxi teve uma redução de 43% do seu tempo e o ônibus de 34%, se compararmos com 2013, quando não havia Faixa Azul.


Mesmo com a Faixa Azul, quem não teve grande benefício foi a cadeirante, que teve uma redução de tempo de apenas 10% em relação a 2013 e foi a última a chegar à praça. Segundo a participante Maria Cícera da Rocha, nem todos os ônibus são adaptados com elevador para cadeira de rodas. E daqueles que são, quando ela deu sinal com a mão, os motoristas sinalizavam dizendo que o elevador estava com defeito ou que não estavam com a chave para operá-lo. Daí o motivo de ter levado quase o triplo do tempo da participante que seguiu em ônibus comum.

Já a participante que realizou a integração ônibus+trem, por pouco não perdeu o trem, por conta do tempo que ficou aguardando o ônibus no ponto da Av. Fernandes Lima. Para chegar à estação da CBTU em Bebedouro, a única linha de ônibus disponível é a Circular 2. Ela relatou que, assim que embarcou no trem, a porta se fechou. Ela só conseguiu pegar o trem das 8h08. Se perdesse esse, o próximo só passaria às 9h14. Foi a penúltima a chegar à praça, em 56’50”, ganhando apenas da cadeirante.


O mesmo problema não teve o participante que realizou a integração bicicleta+trem. Pedalando, chegou rapidamente à Estação Bebedouro. Foi recepcionado pela assessora de imprensa da CBTU e, enquanto esperava a chegada do trem das 7h48, ainda teve tempo de explicar aos passageiros que estavam na estação que o embarque da bicicleta se tratava apenas de uma experiência para a realização do Desafio Intermodal.


O trem fez o percurso de 4,3 km entre a Estação Bebedouro e a Estação Mercado relativamente rápido, gastando apenas 12 minutos, o que da uma velocidade média de 21,5 km/h, superior aos 13,6 km/h alcançados pelo ônibus que seguiu pela Fernandes Lima, se considerarmos o tempo que a participante permaneceu no ponto aguardando.


Como mostramos na edição de 2012 do DIM, quando a bicicleta foi impedida de acessar o trem, o vídeo promocional da CBTU que apresentava o projeto de modernização do trem de Maceió mostrava bicicletas penduradas no interior do vagão. Sugerimos, por e-mail, a inclusão da integração bicicleta+trem no DIM, que foi acatada pela empresa como experiência. Pela pouca frequência de horários (7h06 / 7h48 / 8h08 / 9h14) no rush da manhã, os trens seguem cheios, o que tornar-se-ia incômodo aos passageiros, caso a CBTU permitisse o acesso de bicicletas aos trens, ainda que do modelo dobrável, como a que foi utilizada pelo participante. Sugerimos à assessora de imprensa que a CBTU experimentasse instalar bicicletários nas estações, de modo que possa atrair passageiros de localidades mais distantes e/ou reduzir o tempo de deslocamento até a estação daqueles que já utilizam o trem atualmente.


Os participantes que fizeram o percurso a pé (caminhando e correndo), relataram que os principais problemas que encontraram foram os desníveis ou a inexistência de passeio público, além do desconhecimento dos motoristas ao artigo 38, parágrafo único, do Código de Trânsito Brasileiro – CTB, que determina que:

Art. 38. Antes de entrar à direita ou à esquerda, em outra via ou em lotes lindeiros, o condutor deverá:

Parágrafo único. Durante a manobra de mudança de direção, o condutor deverá ceder passagem aos pedestres e ciclistas, aos veículos que transitem em sentido contrário pela pista da via da qual vai sair, respeitadas as normas de preferência de passagem.


A cada rua transversal à Av. Fernandes Lima que atravessavam, corriam o risco de serem atropelados por carros que entravam ou saíam das ruas transversais sem ceder passagem a eles, como manda a lei.

O carro teve um incremento de tempo de 32%, em relação a 2013. Porém, não podemos atribuir esse aumento à implantação da Faixa Azul, que diminuiu a quantidade de faixas para automóveis de três para duas, pois o tempo do carro em 2014 foi semelhante ao de 2012: cerca de 38 minutos.


De todas as modalidades, os patins e o skate deram um show à parte. Assim como as bicicletas, os participantes tiveram que dividir espaço com os ônibus, táxis e demais veículos na Faixa Azul. Segundo os participantes, os motoristas de ônibus foram bem cuidadosos, apesar de alguns passarem muito próximos. Apenas um motorista de táxi se irritou com a presença dos veículos de propulsão humana na Faixa Azul. Ficou buzinando insistentemente na curva antes de chegar à Praça Centenário, irritado porque um micro-ônibus aguardava um espaço seguro para ultrapassar os participantes. Um pouco adiante, ameaçou o skatista com o carro, tentando derrubá-lo.

Um outro problema relatado pelos participantes do skate e dos patins foi relativo às ondulações presentes no asfalto, que se formam próximo aos pontos de ônibus, por conta do atrito dos pneus no momento da frenagem. Vale a pena assistir aos vídeos feitos pelos participantes do skate, dos patins e da motocicleta, ao longo de todo o percurso.

Com a realização dessa 4ª edição do DIM, podemos concluir que a implantação da Faixa Azul, que começou a funcionar em fevereiro de 2014, com um custo relativamente baixo (R$ 391 mil, segundo a Prefeitura de Maceió), trouxe um ganho de tempo muito grande para usuários de ônibus e táxis, sem oferecer aumento do tempo dos automóveis, se compararmos com os anos anteriores. Iniciativas como a da Faixa Azul precisam se espalhar por toda a cidade pois, de nada adianta o ônibus passar rapidamente pela Av. Fernandes Lima e ficar preso em congestionamentos no restante da cidade.

Pedestres e cadeirantes precisam de calçadas niveladas e acessíveis, que tenham a mesma atenção do poder público que tem o leito carroçável, capeado e recapeado a cada nova gestão municipal que assume. Para isso, há que se intensificar a fiscalização dos proprietários de lote que não constroem o passeio público de maneira adequada ou, quem sabe, adotar uma medida mais enérgica: transferir a responsabilidade da construção e manutenção dos passeios públicos do ente privado para o poder público, suprimindo o artigo 339 do Código de Edificações e Urbanismo de Maceió.

Ainda para as pessoas com deficiência, mostra-se necessário aumentar o percentual da frota de ônibus adaptados com elevador para a cadeira de rodas, punir as empresas que não estão com o elevador em funcionamento ou, quem sabe, fazer como a cidade de Curitiba, em que o elevador para acesso da cadeira de rodas fica na própria plataforma de embarque. Quando o ônibus para, os passageiros já estão no mesmo nível do ônibus e com a passagem já paga, o que reduz o tempo de embarque.

Quanto ao trem da Companhia Brasileira de Trens Urbanos - CBTU, compreende-se sua pequena oferta (quatro trens no período de duas horas) em razão da baixa densidade populacional residente no entorno da linha. Contudo, o DIM mostrou que ainda há muito a avançar na sua integração ao serviço de transporte por ônibus da cidade, bem como à bicicleta.

O ótimo desempenho dos veículos de propulsão humana no DIM demonstra que, caso o poder público municipal investisse em infraestrutura adequada para a utilização desses veículos, correriam menos risco de morte aqueles que já os utilizam no dia a dia e encorajaria as milhares de pessoas que desejam ir trabalhar de bicicleta, patins ou skate e não o fazem por medo dos veículos motorizados.


O Desafio Intermodal é realizado, em Maceió, pelos participantes da Bicicletada e compõe as atividades da Semana da Mobilidade, que antecede o Dia Mundial Sem Carro - DMSC, comemorado no dia 22 de setembro. Ano passado, o DMSC caiu num domingo e a Prefeitura de Maceió realizou um passeio ciclístico saindo do posto da Polícia Rodoviária Federal, no entroncamento das rodovias BR-104 e BR-316, com destino à Praça Centenário, onde fora iniciado o evento Lazer na Praça. A atividade casou bem com um dia de domingo.
 
Clique aqui para ver o vídeo

Contudo, nesse ano, o DMSC caiu numa segunda-feira e a Prefeitura, curiosamente, o antecipou para o domingo e programou um passeio ciclístico semelhante ao de 2013. A Prefeitura perde (ou foge de) uma grande oportunidade de discutir, numa segunda-feira, a Mobilidade Urbana pautada exclusivamente no automóvel. Em vez de propor alternativas aos cidadãos para se deslocarem na segunda-feira, diferentes do automóvel, como o transporte coletivo ou a criação de uma ciclovia temporária (com a utilização de cones), numa das faixas da Av. Fernandes Lima, por exemplo, a Prefeitura de Maceió continua tratando a bicicleta como um brinquedo de domingo e ignorando aqueles que a utilizam como meio de transporte, bastante eficiente, por sinal, como têm demonstrado consecutivamente as quatro edições do DIM.

Atitudes como essa ou como o horizonte de 62 a 170 anos traçado pela Prefeitura de Maceió para alcançar os padrões de Berlim ou Amsterdã, nessa ordem, no que diz respeito à infraestrutura destinada à bicicleta, demonstram o descompromisso da atual gestão municipal com a Mobilidade Urbana Sustentável. Como mostramos na postagem sobre a reunião que discutiu o orçamento municipal para o ano de 2015, é através das atitudes dos gestores (e não do seu discurso) que avaliamos com o que se está comprometido.

Mais importante do que aquilo que a Prefeitura diz é aquilo que ela não diz. Como diria o filósofo dinamarquês Søren Kierkegaard, “Não tomar uma decisão já é uma decisão. Não fazer uma escolha já é uma escolha."

Enquanto isso, em São Paulo...

- Desafio Intermodal 2014 terá participação do prefeito de SP

- Prefeito de São Paulo e secretário de Transportes irão ao trabalho de bicicleta no DMSC
   
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Veja também um resumo das edições anteriores: