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sexta-feira, 16 de maio de 2014

Ciclofaixa na rua Deputado José Lages

Visão geral da proposta. Fonte: SMTT
 
Na manhã de hoje, fomos convidados a participar de reunião na SMTT, para tratar da possível implantação de ciclofaixa na rua Deputado José Lages, no bairro de Ponta Verde. A reunião teve início por volta das 10 h e estiveram presentes Alexandre Casado e Daniel Moura, participantes da Bicicletada de Maceió, além de Leônidas Calheiros, Andréia Lima e Raimundo Ventura, da SMTT.


Leônidas iniciou a reunião explicando o que motivou o convite. Segundo ele, a SMTT estava prestes a implantar a sinalização horizontal da rua Deputado José Lages. Então, Fernanda Cortez, assessora de transportes urbanos da SMTT, pediu-lhe que desenvolvesse um projeto de sinalização para a via, que incluísse a bicicleta. Além da Dep. José Lages, pretende-se conectar a infraestrutura cicloviária desta rua com a Av. Capitão Marinho Falcão, no Conjunto Santo Eduardo, Av. Comendador Leão, no bairro do Poço, além das avenidas Dona Constança de Góes Monteiro, em Mangabeiras, e Av. João Davino, na Jatiúca.

Leônidas explicou que o projeto será desenvolvido em três etapas: este primeiro diálogo com movimentos e entidades que militam sobre a inclusão da bicicleta na Mobilidade Urbana; Num segundo momento, será desenvolvido um projeto mais detalhado, a partir dos pontos levantados na primeira reunião, e elaborado um orçamento geral da intervenção; Num terceiro momento, a proposta será levada ao superintendente da SMTT para que ele discuta com o prefeito se aceitam encampar a ideia, por depender de uma decisão política, pois a demarcação de espaço destinado à bicicleta diminuirá, inevitavelmente, o espaço que é dominado pelos carros, já que o espaço viário é limitado.

Seção transversal da via incluindo a proposta. Fonte: SMTT

Daniel e Alexandre parabenizaram a iniciativa do órgão e disseram que, havendo infraestrutura ou não, as pessoas continuarão utilizando a bicicleta em seus deslocamentos. Mas, para garantir a segurança daqueles que já utilizam e para estimular outros (que têm medo) a utilizarem, é interessante que haja a infraestrutura, de modo que possa reforçar para o motorista e dar mais visibilidade à presença do ciclista na via.

Alexandre disse entender se tratar de algo novo para a cidade, mas que é preciso começar a fazer. Haverá um período de adaptação dos motoristas e, para isso, são necessárias campanhas educativas da Prefeitura para familiarizá-los com a mudança. Leônidas disse que esse projeto pode gerar uma boa discussão na cidade, pois há inúmeros casos de vias semelhantes que poderiam receber a mesma infraestrutura. Portanto, o sucesso da implantação da ciclofaixa na rua Dep. José Lages pode servir de modelo para outras vias.

Detalhe do ponto de ônibus. Fonte: SMTT
 
Dentre os principais possíveis conflitos discutidos estão: as interseções (os cruzamentos); as conexões com a ciclovia da orla e com a futura ciclofaixa da Av. Capitão Marinho Falcão, nas extremidades da rua Dep. José Lages; os pontos de ônibus; e a definição de qual dos dois lados da via deixará de ter estacionamento permitido.

Alexandre sugeriu que seja aplicada pintura vermelha em toda a extensão da ciclofaixa. Leônidas advertiu que a inclusão desta pintura no orçamento do projeto poderia inviabilizar sua execução, devido ao alto custo. Os presentes concordaram que, entre não ter nada (como é hoje) e ter uma ciclofaixa demarcada apenas pelas linhas brancas contínuas, a segunda opção é mais interessante. Todos concordaram também sobre a necessidade de instalar tachões (olhos de gato) nos trechos onde não for permitida a invasão da ciclofaixa pelos veículos motorizados, bem como tachinhas nas interseções e entradas de garagens.

Referências utilizadas na pesquisa. Fonte: SMTT
  
Leônidas disse que, para embasar a proposta, pesquisou diversos exemplos de implantação de ciclofaixa, tanto do Brasil, como de outros países, avaliando os pontos positivos e negativos de cada opção adotada, para que pudesse definir a proposta que melhor se adequasse à realidade da rua Dep. José Lages.
  

Alexandre enfatizou a necessidade de reforçar a sinalização vertical e horizontal nas interseções, apresentando modelo do manual de sinalização.

Daniel falou sobre a disponibilidade de recursos para execução de infraestrutura cicloviária na cidade. Segundo ele, a vereadora Heloísa Helena (PSOL) enfatizou, diversas vezes, que destinou emenda orçamentária exclusiva para a execução de infraestrutura cicloviária que, antes, estava associada a escadarias e pontilhões e que, atualmente, encontra-se desmembrada. Daniel disse que a assessoria da vereadora Simone Andrade (PTB) também já o procurou para ouvir sugestões para uma proposta de implantação de infraestrutura cicloviária na Av. Comendador Leão, no bairro do Poço, reduto eleitoral desta vereadora. Segundo Daniel, seria interessante se a SMTT marcasse reunião com as representantes do poder legislativo para definir um cronograma de ações da Prefeitura de Maceió, baseado no orçamento disponível, somado às emendas das vereadoras, para que ideias progressistas como essa não sejam escassas, mas bastante frequentes no cronograma de ações do poder executivo.
 
Ao final da reunião, Alexandre parabenizou a iniciativa do órgão, de convidar os ciclistas para dialogar. Alexandre disse que a bicicleta já é uma realidade em Maceió há muito tempo e que acha louvável a iniciativa da Prefeitura de Maceió em fazer algo diferente, em prol da bicicleta.

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