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sábado, 25 de fevereiro de 2012

45ª Bicicletada de Maceió


Ontem (24), aconteceu a 45ª edição da Bicicletada de Maceió. Reunimo-nos no tradicional ponto de encontro, em cima do viaduto Aprígio Vilela, no Farol, por volta das 18h. Ali, tivemos um momento de bastante alegria e descontração, com o retorno de antigos participantes da Bicicletada e com a chegada de novos participantes.


Pouco antes das 19h, descemos a ladeira Geraldo Melo e demos um rolé pela cidade com destino ao Stella Maris.


Lá, paramos numa lanchonete para recarregar as energias e para um momento de confraternização entre os participantes da Bicicletada.


Ao sairmos da lanchonete, distribuímos alguns panfletos para os carros que estavam estacionados sobre o passeio público, fato bastante comum na cidade e que prejudica a livre circulação de pedestres.


O estacionamento de veículos sobre o passeio público é um tema que já foi tratado diversas vezes aqui no blog e que tem a conivência do poder público municipal, já que não se vê a devida medida administrativa sendo tomada: multa e remoção do veículo infrator. Se duvidar, experimente telefonar para a SMTT quando encontrar um veículo estacionado sobre a calçada e peça para que venham multá-lo e, obviamente, retirá-lo. Eles simplesmente não vêm!


O pensamento que ainda povoa a mente dos gestores do trânsito de Maceió é que as ruas pertencem aos carros. Vivem numa luta constante pela melhoria do “fluxo” (de automóveis). “Fluxo” é uma palavra que os gestores do trânsito adoram. Segurança, conforto e bem-estar de pedestres e ciclistas são algo que está em segundo ou terceiro plano.


Se a administração municipal (que é a quem cabe educar e/ou punir os motoristas infratores) não está preocupada com as boas condições de circulação de pedestres e ciclistas, por consequência, os motoristas também não se preocuparão.


Na sua opinião, o que leva um motorista a optar por estacionar seu veículo sobre o passeio público, em vez de deixá-lo rente ao meio-fio?


sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

‘Massa Crítica não surgiu para protestar’, aponta o idealizador do grupo

por Jessica Gustafson



Chris Carlsson acredita na necessidade de uma remodelação das cidades

Teve início nesta quinta-feira o Fórum Mundial da Bicicleta na Usina do Gasômetro, em Porto Alegre. O evento acontece um ano depois do atropelamento coletivo de um grupo de ciclistas na Cidade Baixa. As atividades, que contam com oficinas e passeios, vão até domingo. O norte-americano Chris Carlsson, um dos idealizadores do grupo Massa Crítica, que começou a atuar em 1992, em San Francisco, ministrará dois painéis. Em entrevista ao Jornal do Comércio, Carlsson conta como o movimento foi criado e qual a motivação que leva os ciclistas a se reunir. Ele também comenta o acidente com os ciclistas na Capital.

Jornal do Comércio - Como foi o surgimento do Massa Crítica?

Chris Carlsson - Nesta época muitas pessoas começaram a andar de bicicleta em razão dos movimentos contra os carros e contra a poluição. No início era um movimento ecológico em San Francisco. Após algumas conversas, o grupo pensou que isso poderia ser um estilo de vida; para mostrar para as pessoas que a bicicleta pode fazer as mesmas coisas que um carro. Neste momento, as pessoas começaram a se reunir no meu escritório, para beber cerveja e conversar sobre política e estilo de vida. Muitos vinham de bicicleta e decidiram voltar para casa juntos. Nesta ida para casa, como tinha bastante gente, chegaram a trancar as ruas. Ainda não existia um nome para o grupo. A partir daí esse movimento começou a acontecer mensalmente, e se deu o nome de Massa Crítica.

JC - Como era a receptividade que as pessoas tinham com o Massa Crítica no seu surgimento e como é hoje?

Carlsson - No início, as pessoas achavam muito diferente. Alguns se perguntavam: “o que esses caras estão fazendo?” Mas hoje, nos Estados Unidos, a receptividade depende muito de um local para o outro. Cerca de 60% a 80% das pessoas que estão ao redor quando o grupo passa comemoram e apoiam o uso das bicicletas. Existe um número muito pequeno, eu diria uns 5%, que fica muito zangado, porque não entende o movimento e também nos considera uns desempregados e que deveríamos estar fazendo outras coisas. Mas a aceitação está crescendo.

JC - No Brasil o movimento é bem recente. Como é possível fazer essa motivação durar, como acontece nos EUA nestes 20 anos?

Carlsson - O principal é ter prazer no que se está fazendo. Aproveitar que está andando de bicicleta e chamar os amigos. Não se pode pensar que o movimento é feito para protestar, mas sim trazer as pessoas para se conhecerem, para realizar uma atividade que te proporcione prazer. Hoje o que se vê muito é a falta de comunicação, você não conhece o seu vizinho e as pessoas em geral. Esse pode ser o espaço para essa conversa. Quando a gente vê que mais pessoas estão aderindo, é mais uma etapa que está se vencendo.

JC - Quais mudanças uma cidade precisaria fazer para que as pessoas passassem a utilizar cada vez mais a bicicleta como meio de transporte?

Carlsson - Reconstruí-la. Hoje em dia, boa parte das cidades tem as ruas projetadas para a utilização de carros. O ideal seria ter uma boa parte das faixas voltadas para pedestre e outra para quem anda de bicicleta, que é um meio mais saudável e mais correto. Também uma pequena parte para os carros e tentar reduzir ao máximo os espaços para o estacionamento de automóveis. Isso forçaria as pessoas a ir a pé, ou de bicicleta, ou outro meio que não fossem os carros. Em cidades em que existe um planejamento, as pessoas passaram a fazer mais uso da bicicleta.

JC - Qual a sua reação quando soube do atropelamento dos ciclistas, integrantes do Massa Crítica, que aconteceu há um ano em Porto Alegre? Existiram outros casos semelhantes nos países onde o movimento acontece?

Carlsson - Eu achei surreal. O pessoal que participa do Massa Crítica em diversos países, como o Peru, a Colômbia, os Estados Unidos, teve conhecimento. Foram trocados muitos e-mails e artigos foram publicados em blogs. Foram feitos cartazes como forma de protesto contra o atropelamento. Houve muita discussão sobre o fato, porque nunca havia acontecido uma coisa semelhante nesses 20 anos. Acontecem pequenos acidentes no mundo com os integrantes do grupo, muitas vezes ocasionados por policiais, que em alguns locais são muito repressivos. Entretanto, em vez de diminuir a atuação do movimento, eles fortalecem. Esse acidente de Porto Alegre foi o pior que já aconteceu com o Massa Crítica.

Evento promove passeios ciclísticos

No final da tarde desta quinta-feira, o Fórum Mundial da Bicicleta promoveu um passeio com cerca de 150 ciclistas, com o objetivo de fazer as pessoas conhecerem a cidade utilizando bicicletas. O grupo, que saiu da Usina do Gasômetro, passou por alguns pontos históricos do Centro, como o Cais Mauá, o Parque da Redenção e o Mercado Público.

Nesta sexta, o evento contará com diversas oficinas e painéis, como Bicicletas em Pauta - Mobilidade e Cicloativismo nos Grandes Meios de Comunicação; Porto Alegre e a Bicicleta – Problemas e Soluções; e Nowtopia: A Utopia do Agora – Como Programadores Piratas, Ciclistas Fora-da-lei e Jardineiros de Terrenos Baldios Estão Inventando o Futuro hoje!, com Chris Carlsson, no Parque da Redenção. Todas as atividades são gratuitas e não há necessidade de inscrição.

Ainda nesta sexta, o Massa Crítica realiza, às 18h30min, a sua pedalada mensal. No sábado, o fórum irá promover outro passeio pela cidade, desta vez ao Morro do Osso, na zona Sul. O grupo sairá às 8h. Mais informações no site http://forummundialdabici.com

Fonte: Jornal do Comércio


quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Revista AU - fevereiro / 2012



A edição n.215 de fevereiro de 2012 da Revista AU é especial sobre o tema "cidades cicláveis".

Segue abaixo o sumário das matérias referentes ao tema:

OBS: Se não estiver conseguindo ler as matérias completas, basta realizar o cadastro no site da revista e fazer o login.

- A pedido da AU, arquitetos brasileiros propõem soluções urbanas com ciclovias em suas cidades



- Com formas arrojadas, bicicletário projetado por KPG Design para Washington DC, Estados Unidos, é integrado à estação intermodal Union Station



- Jan Gehl fala sobre cidades e escala humana



- Especialistas respondem a questões sobre ciclovias e projetos de mobilidade



- Em Nova York: vias Prospect Park West e 1ª e 2ª Avenidas exibem soluções urbanas que valorizam pedestres e ciclistas



- Na Cidade do México: programa de mobilidade urbana intermodal Ecobici prevê a implantação de infraestrutura para bicicletas em toda a cidade



segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Jornalista Mônica Waldvogel ridiculariza o vegetarianismo e o uso de bicicleta


Por Fernanda Franco (da Redação)

Não é a primeira vez – nem deve ser a última – que a jornalista e apresentadora Mônica Waldvogel faz declarações levianas, infelizes e preconceituosas na TV. Depois de defender as touradas, durante um episódio do programa Saia Justa, exibido pelo GNT, a jornalista voltou a fazer chacota de causas sérias e importantes. Desta vez, o alvo de seu preconceito foram temas como o vegetarianismo, a defesa dos direitos animais e o uso da bicicleta como meio de transporte sustentável.

“Talvez porque a bicicleta não seja uma ideia nova, de fato. Parece que é uma ideia nova, mas não é, o carro é mais novo do que a bicicleta”, filosofou Mônica. “Não adianta vir com a bicicleta. Seja pelo aquecimento global, o buraco de ozônio, o não sei o quê, o congestionamento… É melhor o congestionamento dentro do meu carro, do que numa bicicleta, chovendo em cima. O ladrão passando, levando meu Ipod… [risos]”, concluiu, sarcasticamente, a apresentadora.

O deboche foi, naturalmente, muito mal recebido por ativistas que defendem um estilo de vida preocupado com a preservação do planeta. Pois é sabido entre pessoas bem informadas que o uso da bicicleta é uma forma de preservar o meio ambiente, pois respeita a natureza ao não poluir, ao não destruir, ao não produzir ruído e ao significar uma alternativa digna e sustentável de meio de transporte individual devido ao seu mínimo impacto na natureza.

A bicicleta, ao contrário dos automóveis, que escravizam seus usuários, tornando-os dependentes de uma indústria de serviços prestados a um altíssimo custo ambiental e pessoal, aproxima as pessoas, humaniza-as. Ao fazer dos caminhos jornadas lúdicas e engrandecedoras, permitindo um contato íntimo e direto do ser humano com o mundo à sua volta, o ato de pedalar devolve um pouco da nossa dignidade perdida e muito da nossa liberdade. Enquanto a bicicleta nos ensina uma forma pacífica, consciente e cooperativa de nos relacionar e cuidar do meio em que vivemos, o carro nos mecaniza e nos reduz à condição de “usuários” e seres alheios à nossa própria capacidade de mobilidade ética.

Portanto, o que é que merece ser alvo de críticas e deboches? Mônica Waldvogel, antes de soltar suas gargalhadas metálicas, certamente não parou tempo suficiente para se informar ou ponderar sobre o assunto.

O mais assustador é que uma fala preconceituosa como essa tenha partido de uma jornalista experiente e formadora de opinião. É realmente vergonhoso que uma profissional tida como ícone do jornalismo televisivo emita uma fala tão oca de valores e completamente alheia ao que se refere a um estilo de vida sustentável.

Mas Mônica não se contentou em debochar apenas do uso de bicicletas como meio de transporte alternativo. Ela também ridicularizou o direito à vida dos animais consumidos pelos seres humanos e ainda riu , fazendo pouco caso do sofrimento desses seres e de quem se preocupa com eles – como se essa fosse a última preocupação em grau de importância na lista de avanços morais da humanidade.

A jornalista Teté Ribeiro, também integrante do Saia Justa, mostrou-se, no entanto, sensibilizada com a situação dos animais: “Eu gostaria que os direitos animais fossem um pouco mais olhados”, disse Teté. Ao que Mônica respondeu sem pestanejar: “Ai que preguiça!”. Agitou-se na poltrona e completou, com desprezo ao tema: “Ah, pega sua bicicletinha e vai matar lá em casa com carinho”. Seguiram-se mais gargalhadas.

E para fechar com chave de ouro, Mônica Waldvogel completou seu pensamento, intercalando suas palavras com mais gargalhadas medonhas: “Essa ideia, Teté, vai lá pro fim da fila, tem coisas mais urgentes”.

Repúdio e indignação

Ativistas de direitos animais e do uso de bicicletas se mostraram indignados na internet. A jornalista e ciclista Sabrina Duran, que assina a coluna “Na Bike”, da revista Época, declarou repúdio às declarações de Mônica.

O vídeo do episódio, divulgado no YouTube em outubro de 2011, continua gerando polêmica e desgosto entre pessoas de bem que se preocupam com a saúde do planeta e que defendem um estilo de vida saudável e ético.




Manifestação

Para quem se sentiu ofendido com as declarações da jornalista, é possível manifestar-se pelo site do programa.


Fonte: ANDA


quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

O trânsito é uma ciência humana


Paris irá testar uma nova medida para aumentar a segurança dos ciclistas que a cada dia mais se multiplicam pela cidade. Quem estiver de bicicleta não irá precisar parar em determinados cruzamentos semaforizados. Em outras palavras, na cidade luz, quem estiver de bicicleta será permitido por lei a fazer o que todo ciclista mundo afora faz, avançar o sinal vermelho em nome da própria segurança.

A medida é uma maneira de aumentar a segurança dos ciclistas, e não há nenhuma contradição na idéia. Ciclistas circulam pelas cidades em um universo próprio, fortes demais perante o pedestre, frágeis demais diante dos motorizados. Uma cidade que pensa nos ciclistas e na sua segurança precisa incorporar um pouco da lógica de circulação da bicicleta.

De acordo com as autoridades de trânsito parisiense, permitir que os ciclistas avancem no semáforo vermelho irá garantir maior fluidez para as bicicletas e evitará que se forme um grande massa de ciclistas saindo ao mesmo tempo junto com os carros.

A verdade é que, apesar do que diz a legislação de trânsito, ciclistas não gostam de sinal vermelho e em nome da própria segurança muitas vezes desrespeitam as convenções semafóricas. Dois motivos simples justificam a iniciativa, evitar a "largada" junto com os carros e também buscar pedalar em paz no quarteirão seguinte.

Dito de outra forma, um ciclista consciente ao avançar o sinal vermelho evita a ameaça de veículos motorizados arrancando em velocidade e ao mesmo tempo consegue circular um trecho depois do cruzamento sem ter que lidar com os motorizados. Tudo isso ainda mantendo o momento, isso é, maximizando a própria energia.

Uma animação explicativa, ajuda a entender a importância da conservação de movimento para o ciclista. E além disso, deixa claro que pela dinâmica da bicicleta, é perfeitamente seguro que ao invés de respeitar a indicação de parada obrigatória, como os veículos motorizados, o ciclista deve dar a preferência.



Leia mais: Pela manutenção da lei da inércia

Planejar cidades para pessoas é sair dos padrões rígidos da engenharia de tráfego que priorizam normas e métodos em detrimento da autogestão e responsabilidade dos diferentes agentes no trânsito. As regras de trânsito foram concebidas para promover e garantir a segurança das carruagens motorizadas popularizadas ao longo do século XX. Vivemos um tempo em que a prioridade urbana voltou a ser das pessoas e a iniciativa parisiense é mais uma nesse sentido.

Humanizar as ruas é priorizar os vulneráveis em detrimento dos mais fortes, é promover a interação humana no trânsito em detrimento da fé cega na sinalização. É treinar o olhar para entender as pessoas ao invés de impor o comportamento normatizador. Por mais pessoas em mais bicicletas mais vezes, de maneira mais segura.

Com informações de The City Fix - Paris to Allow Cyclists to Run Red Lights


Fonte: Transpote Ativo