por Cristina Baddini Lucas
* publicado no sítio da Perkons
A velocidade média do trânsito na Grande São Paulo hoje é de 19 km/h, ou seja, mais ou menos a velocidade das mulas, quando era esse o meio de transporte utilizado no século XVIII. Sabe-se também que hoje uma pessoa demora em média cerca de 60 minutos para chegar da sua casa no trabalho na Região Metropolitana de São Paulo.
A mobilidade urbana hoje em dia é um dos nós mais difíceis de desatar nas grandes metrópoles, em que o apelo pelo transporte individual, somado ao bom momento da economia nacional brasileira, coloca nas ruas e avenidas milhares de carros novos a cada mês. Cidades como as da Grande São Paulo literalmente começam a parar, causando prejuízos e transtornos incalculáveis para a população. Só nos últimos dois anos, as vendas de carros cresceram quase 50% no Brasil.
É dever do Estado
E direito do cidadão contar com mobilidade urbana sustentável para a população. Quem pensa que vai resolver o trânsito com medidas paliativas, não está falando a verdade. O automóvel cria a lógica de sociedade pouco solidária. Não há espaço suficiente para todos usarem automóvel em seus deslocamentos diários. A principal medida a ser tomada é considerar o transporte público como uma necessidade básica, ao mesmo nível da educação, da saúde, da habitação, do saneamento e da segurança.
A venda de soluções milagrosas para os congestionamentos e o transporte público precário sempre foi um trunfo na propaganda política. A imagem do prefeito realizador de grandes obras viárias, a promessa do asfaltamento como forma de clientelismo urbano e projetos visionários já fazem parte do folclore paulistano.
A diretriz para a melhoria da mobilidade na cidade deve ser a prioridade ao transporte público coletivo que deverá ser superior em aspectos como tempo e custo de deslocamento, além do conforto em relação ao veículo individual.
Propostas interessantes ao alcance de um prefeito são a extensão dos corredores exclusivos; o aperfeiçoamento da integração tarifária com a bilhetagem eletrônica integrando as linhas urbanas e metropolitanas; a garantia de respeito aos idosos e pessoas com deficiência reduzindo custos para os passageiros, além de admitir a necessidade de melhorar o transporte público noturno e realizar campanhas e ações educativas sobre as leis de trânsito; a acessibilidade universal e o uso de combustíveis não poluentes.
Integração Metropolitana
Realmente, já está mais do que na hora da Região Metropolitana de São Paulo ter um sistema de transporte coletivo metropolitano totalmente integrado. O metrô se chama metropolitano, mas de metropolitano ele não tem nada, porque é municipal.
O entrave da integração atual é de natureza puramente política. Cada município faz a gestão do seu próprio sistema de ônibus. Esses sistemas de ônibus, em cada município, são concessionados à iniciativa privada mediante contratos que estão vigentes por muitos anos.
A decisão de romper com o atual sistema e unificar todos os meios de transporte público implica num acordo político entre os prefeitos e o governo do Estado. A ideia de um sistema integrado que junte trens, metrô e ônibus nos 39 municípios da Região Metropolitana deve ser uma meta para as políticas públicas de transporte dos candidatos ao Governo do Estado.
Enfim, a cidade ideal será aquela que priorizar o transporte público em relação ao individual e este deverá sofrer restrições de circulação.
* publicado no sítio da Perkons
A velocidade média do trânsito na Grande São Paulo hoje é de 19 km/h, ou seja, mais ou menos a velocidade das mulas, quando era esse o meio de transporte utilizado no século XVIII. Sabe-se também que hoje uma pessoa demora em média cerca de 60 minutos para chegar da sua casa no trabalho na Região Metropolitana de São Paulo.
A mobilidade urbana hoje em dia é um dos nós mais difíceis de desatar nas grandes metrópoles, em que o apelo pelo transporte individual, somado ao bom momento da economia nacional brasileira, coloca nas ruas e avenidas milhares de carros novos a cada mês. Cidades como as da Grande São Paulo literalmente começam a parar, causando prejuízos e transtornos incalculáveis para a população. Só nos últimos dois anos, as vendas de carros cresceram quase 50% no Brasil.
É dever do Estado
E direito do cidadão contar com mobilidade urbana sustentável para a população. Quem pensa que vai resolver o trânsito com medidas paliativas, não está falando a verdade. O automóvel cria a lógica de sociedade pouco solidária. Não há espaço suficiente para todos usarem automóvel em seus deslocamentos diários. A principal medida a ser tomada é considerar o transporte público como uma necessidade básica, ao mesmo nível da educação, da saúde, da habitação, do saneamento e da segurança.
A venda de soluções milagrosas para os congestionamentos e o transporte público precário sempre foi um trunfo na propaganda política. A imagem do prefeito realizador de grandes obras viárias, a promessa do asfaltamento como forma de clientelismo urbano e projetos visionários já fazem parte do folclore paulistano.
A diretriz para a melhoria da mobilidade na cidade deve ser a prioridade ao transporte público coletivo que deverá ser superior em aspectos como tempo e custo de deslocamento, além do conforto em relação ao veículo individual.
Propostas interessantes ao alcance de um prefeito são a extensão dos corredores exclusivos; o aperfeiçoamento da integração tarifária com a bilhetagem eletrônica integrando as linhas urbanas e metropolitanas; a garantia de respeito aos idosos e pessoas com deficiência reduzindo custos para os passageiros, além de admitir a necessidade de melhorar o transporte público noturno e realizar campanhas e ações educativas sobre as leis de trânsito; a acessibilidade universal e o uso de combustíveis não poluentes.
Integração Metropolitana
Realmente, já está mais do que na hora da Região Metropolitana de São Paulo ter um sistema de transporte coletivo metropolitano totalmente integrado. O metrô se chama metropolitano, mas de metropolitano ele não tem nada, porque é municipal.
O entrave da integração atual é de natureza puramente política. Cada município faz a gestão do seu próprio sistema de ônibus. Esses sistemas de ônibus, em cada município, são concessionados à iniciativa privada mediante contratos que estão vigentes por muitos anos.
A decisão de romper com o atual sistema e unificar todos os meios de transporte público implica num acordo político entre os prefeitos e o governo do Estado. A ideia de um sistema integrado que junte trens, metrô e ônibus nos 39 municípios da Região Metropolitana deve ser uma meta para as políticas públicas de transporte dos candidatos ao Governo do Estado.
Enfim, a cidade ideal será aquela que priorizar o transporte público em relação ao individual e este deverá sofrer restrições de circulação.
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