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quinta-feira, 30 de junho de 2011

Audiência Pública - 08/07/2011





Maceió está inundada de carros? Já estamos carecas de saber que, para reduzir o número de carros na cidade, precisamos de um transporte coletivo de qualidade, associado a formas saudáveis de deslocamento, como a bicicleta e o próprio caminhar, não é?




Portanto, se você não está satisfeito(a) com o atual serviço de transporte público ou se nem consegue usá-lo, já que não atende às suas necessidades, a hora de demonstrar sua insatisfação e apresentar seus anseios é agora!




Compareça e apresente suas ideias, críticas e sugestões sobre o que precisa ser feito para melhorar!


Sexta-feira, 08/07/2011, às 8 h, na Fits Cruz das Almas.


Conheça algumas das propostas que apresentamos aqui mesmo no blog.

Conheça também um pouco do processo que vem rolando desde 2007, até chegar a Audiência Pública do próximo dia 08.

Sugerimos aqui no blog e através do site da SMTT que fosse convidado para participar da Audiência, o engenheiro Lúcio Gregori, ex-secretário de transportes de São Paulo, para que possa explicar o projeto Tarifa Zero. Será que a SMTT atendeu ao nosso pedido? Vamos esperar até o dia 08 para ver...


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SMTT lança edital de convocação de Audiência Pública

A Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT), visando cumprir a respeitável decisão judicial proferida em 10 de maio de 2011, nos autos da Ação Civil Pública nº 0052293-69.2007.8.02.0001, que tramita pela 14ª Vara Cível da Capital/Fazenda Municipal, faz saber ao público em geral e a quem mais possa interessar que, através de edital de convocação, em cumprimento ao disposto na norma do artigo 39 da Lei 8.666/93, promoverá Audiência Pública para realização de licitação, na modalidade concorrência, com a finalidade de contratar empresas que tenham por objeto o transporte coletivo urbano de passageiros para atuar nos limites da cidade de Maceió.

A Audiência ocorrerá no dia 08 de julho de 2011, das 08hs às 13hs, no auditório 1 da Faculdade Integrada Tiradentes (FITS), localizada na Avenida Comendador Gustavo Paiva, Nº 5017, no bairro de Cruz das Almas. O Edital, na íntegra, com todas as disposições legais, está disponivel a seguir.

Baixe aqui o edital de convocação.

Fonte: SMTT / Maceió


quarta-feira, 29 de junho de 2011

Desafie seu prefeito a pedalar!


Sam Adams, atual prefeito de Portland, EUA


Por André Geraldo Soares

Para que os administradores públicos compreendam as dificuldades e os riscos de se pedalar na cidade e sensibilizarem-se para a criação de políticas cicloinclusivas, precisamos colocá-los em cima das bicicletas.

Quisera pudéssemos contar com uma lei para isso. O Projeto de Lei do Senado PLS nº 480/2007, de autoria do Senador Cristovam Buarque, estabelece que “Os agentes públicos eleitos para os poderes executivo e legislativo federais, estaduais e municipais e do Distrito Federal são obrigados a matricular seus filhos e demais dependentes em escolas públicas de educação básica [até o ensino médio]”. Não deveria esta ideia ser aplicada também à saúde e ao transporte públicos? E uma emenda que estendesse tal obrigação a, pelo menos, todos os cargos de primeiro escalão – do governo federal, do governo estadual e da prefeitura – não faria dessa lei, na hipótese remota da aprovação do projeto, uma peça revolucionária?

Bem, se esperarmos por uma lei, os administradores das nossas cidades nunca vão pisar na avenida... Então, se quisermos que um Prefeito e seus Secretários de Transportes e de Planejamento Urbano cumpram o percurso casa-trabalho contando apenas com suas próprias forças motoras, precisamos, mais que convidá-los, desafiá-los!

É preciso esclarecer-lhes que não serve fazer um passeio de um quilômetro, em uma rua livre de carros, com escolta da polícia, sobre uma bicicleta sofisticada, emprestada por um empresário do ramo num feriado com reluzente céu azul. Para conhecer a mobilidade ciclística, o prefeito precisa praticar a realidade do trânsito em situações normais.

O prefeito tem que ir sozinho, em dias de semana, com mochila nas costas ou no bagageiro, pelas cruas ruas da cidade. Ao chegar ao gabinete, tem que procurar um poste para cadear sua bicicleta e ficar espiando da janela, de vez em quando, pra ver se ela ainda está lá... Por falar em estacionamento, que tal agregar à experiência uma integração intermodal? Deixar a bicicleta em um terminal para tomar um ônibus e completar a viagem!

No percurso, ele aprenderá bastante sobre as necessidades dos trabalhadores e aposentados, das donas de casa e dos estudantes que se locomovem por pedais. Grande fluxo de motorizados, bueiros abertos, ausência de sinalização, cruzamentos que parecem ratoeiras e semáforos sem tempo para não-motorizados são algumas situações que demonstram que seus subalternos não pensaram nos ciclistas ao projetar o sistema viário.

As vias públicas tornaram-se, por atos e omissões dos gestores públicos, território prioritário dos veículos motorizados. Por isso, somada à péssima infraestrutura viária, o comportamento dos motoristas no trânsito faz, do simples ato de pedalar, quase uma missão heróica. O descuido, o desrespeito e mesmo a hostilidade dos motoristas demonstram que o componente educacional também não está entre as prioridades dos gestores da mobilidade urbana. Portanto, o chefe do executivo poderá, na sua interação, sentir o vento arrepiante da alta velocidade dos ônibus que passam coladinhos, o temor de que uma porta de carro se abra a qualquer momento, o susto quando um carro cortar sua frente ao entrar numa esquina ou ao sair de uma garagem e o sufoco da fumaça e da poeira – entre outras sensações que reprimem o desejo, de muitas pessoas, de pedalar e de contribuir para aliviar o caos insuportável do trânsito.

Muitos gestores públicos são apáticos com os problemas urbanos simplesmente porque não utilizam serviços públicos. Eles possuem noções abstratas, recolhidas através de relatos e das reclamações, mas não vivenciam a cidade real. Para demonstrar confiança na estrutura oferecida para se viver e produzir em uma cidade, eles deveriam dar o exemplo e utilizá-la. Uma vez que eles, espontaneamente, não vão fazê-lo, cabe à sociedade incitá-los – e, para isso, meios não faltam: carta oficial protocolada, abaixo-assinado, bombardeio de mensagens ao “Fale conosco” da prefeitura, campanha em blogs, releases para a imprensa etc.

Desta forma, eles compreenderão que os maiores problemas para usar a bicicleta não derivam do clima, do relevo ou da inaptidão física do usuário, mas das políticas públicas por eles capitaneadas. Compreenderão também a qualidade dos cidadãos que, por opção ou necessidade, adotam a bicicleta como uma companheira no cotidiano desafio de ir e vir. E então, sr. prefeito, vai encarar?


Fonte: Revista da Bicicleta


Veja também:

- Vice-prefeito de Nova York adere à bicicleta

- Prefeitos que pedalam e a C40

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Mude você também

Propaganda da Renault:




Versão de Marcello Piola Holtz:




Fonte: Revista da Bicicleta

terça-feira, 21 de junho de 2011

Demanda por transporte público cai 30% no país, aponta o Ipea



Estudo do Ipea aponta mudanças sobre a mobilidade urbana no Brasil

por Cirilo Junior

O brasileiro está usando cada vez menos transporte público, ao mesmo tempo em que cresce significativamente as vendas de carros e motos, ampliando o transporte individual.

A conclusão é de estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) sobre a mobilidade urbana no Brasil. Nele, constatou-se que a demanda do transporte público caiu 30% entre 1997 e 2007.

Já as vendas de carros cresceram 9% em média no período, e as de moto, quase 20%.

O levantamento concluiu que está cada vez mais caro recorrer a ônibus, metrô e trens nas grandes cidades. As tarifas de ônibus urbanos, por exemplo, subiram 60% acima da inflação medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) desde 1995.

Os ônibus respondem pela maior fatia do transporte público nas grandes cidades, e direcionam os preços das tarifas de outros modais de transporte.

"A situação só vai se deteriorando. A tendência é aumentar o transporte individual, até porque há políticas de estímulo à compra de carros e motos. Há aumento de crédito e renda. Se não houver políticas para estimular e melhorar o transporte público, com investimento da infraestrutura urbana, barateamento de tarifas, as cidades se tornarão inviáveis", alertou o pesquisador do Ipea, Carlos Henrique Ribeiro.

A queda da demanda é puxada pela menor frequência nos ônibus urbanos, cuja demanda teve redução pouco superior a 30%.

Por outro lado, aumenta significativamente o uso de metrô e trem nas principais metrópoles. Ribeiro esclarece que, comparado à demanda dos ônibus, a circulação dos modais sobre trilhos ainda tem pouca influência no resultado geral.

No metrô, houve aumento de 54,6% da demanda nos últimos dez anos. Em igual período, a malha cresceu 26%.

Nos trens, o número de passageiros avançou 150%, ao mesmo tempo em que a malha subiu apenas 8%.

"Qualquer investimento que se faça em trilhos tem resposta rápida, pela má situação do transporte público no país. Outro fator é o crescimento das periferias, que impulsiona esses transportes", completou Ribeiro.


Fonte: Folha de São Paulo

sábado, 18 de junho de 2011

Por que pagar pelo transporte?

Conheça o projeto Tarifa Zero



Gostaríamos de sugerir que a Prefeitura de Maceió / SMTT convide o engenheiro Lúcio Gregori para participar da Audiência Pública que debaterá o processo licitatório do transporte público de Maceió, marcada para o dia 08/07/2011, na Fits Cruz das Almas.

Leia as contribuições que apresentamos ao processo licitatório aqui.


quinta-feira, 16 de junho de 2011

OMS AFIRMA - Mortes no trânsito em países emergentes viram epidemia

Matéria veiculada no O Jornal do dia 8 de Junho de 2011

Acidentes são, hoje, a principal causa de mortes de jovens no mundo

GENEBRA - Acidentes de trânsito estão se tornando a principal causa de mortes de jovens ao redor do mundo, superando as mortes causadas por males como malária e tuberculose.

A OMS (Organização Mundial de Saúde), que estudou o tema globalmente pela primeira vez, qualificou a violência no trânsito de "epidemia".

O problema ganha dimensão com o fato de que o mundo está vivenciando o período de maior crescimento em construção de rodovias e compra de carros em sua história.

No final de 2010, a China ultaprassou os Estados Unidos como maior comprador de carros novo do planeta.

Muitas das novas estradas construídas no mundo emergente são vistas como um sinal positivo de desenvolvimento, mas, em muitos casos, elas não são planejadas para o bem estar de seus usuários e de pessoas que vivem ao redor.

Muitas vias recém-construidas na Ásia, por exemplo, não têm espaço para pedestre, fato que pode colocar vidas em risco.

CONSEQUÊNCIAS - Um acidente de carro tem amplas consequências econômicas e sociais. É o caso do mecânico vietnamita Huynh Trong Hieu, que teve sua vida e de seus familiares alterada depois que ele sofreu um acidente de moto em 2008.

Ele não estava usando capacete e acabou sofrendo um traumatismo craniano, que fez com que ficasse internado na UTI durante três meses.

Depois disso, não conseguiu mais dinheiro suficiente para sustentar sua mulher, seus filhos e seus pais - sua renda mensal caiu de US$ 170 para US$ 30.

Além disso, a família teve que arcar com os custos hospitalares de US$ 45 mil; e sua mulher teve de usar uma parte maior do seu tempo cuidando do marido acidentado. Os filhos do casal tiveram de ser levados à casa dos avós.

Apesar de acidentes como o de Hieu estarem se tornando mais frequentes e mais mortais, muitos governos têm gastado muito mais dinheiro em prevenção de doenças do que em segurança viária.

A Índia, por exemplo gasta 13 vezes mais per capita no combate à Aids do que em acidentes de trânsito, apesar de estes serem campeões de mortes de no país.

Em reação ao problema crescente, diversas ONGs e líderes globais se uniram para lançar o projeto Década de Segurança Viária da ONU.

A campanha tem o objetivo de conscientizar cidadãos quanto ao tema e criar uma resposta coordenada com diferentes países e agências viárias.

"Já estava em tempo (de promover essa campanha)", disse Etienne Krug, diretor do Departamento de Lesões e Prevenção à Violência da OMS. "É uma possibilidade de agir e salvar vidas."

Para a fundação britânica FIA, que se dedica à segurança viária, é preciso iniciar uma mudança radical na forma de pensar a segurança nas estradas no mundo em desenvolvimento, em especial na África.

"Frenquentemente vemos doadores e agências gastando bilhões em novas estradas que estão causando um número crescente de vítimas fatais", disse Avi Silverman, porta-voz da fundação.



Leia também:

- 160 mortos por dia

- De quem é a culpa?

- Os “acidentes” de trânsito

- Três "Isabelas Nardoni" em uma semana

- Brasil é quinto país do mundo em mortes por acidentes de trânsito


terça-feira, 14 de junho de 2011

Cenas do dia a dia





No maior charme, o gari Elenílson aproveitando seu momento de folga para fazer uma entrega de camarões, na companhia de sua cadela Formiguinha.

Elenílson disse conhecer o Sr. Carlos. Provavelmente, quem anda de carro, não terá oportunidade de conhecê-los.


segunda-feira, 13 de junho de 2011

Licitação do transporte público de Maceió - Capítulo final?




Desde 2009, temos acompanhado as questões que tratam do processo licitatório do serviço de transporte coletivo de Maceió. Como o fato se arrastava desde 2007 entre decisões judiciais e recursos da Prefeitura, decidimos apresentar o tema em capítulos, a cada fato novo que surgia.

Temos a impressão que dessa vez o assunto tem avançado além dos recursos judiciais, já que foi montada uma comissão da SMTT para elaboração do edital de licitação e foram publicadas, em Diário Oficial (pg. 09), as emendas dos vereadores de Maceió ao projeto de lei que regulamenta a licitação. Também foi convocada, pela SMTT, uma Audiência Pública no próximo dia 8 de julho para tratar da licitação do transporte coletivo.

Sabemos que somente a licitação do serviço não o tornará satisfatório. Mudar as empresas que prestam o serviço, atualmente por meio de concessão, pode ser o mesmo que trocar seis por meia dúzia. Além do mais, não é novidade para ninguém que, no Brasil, é muito comum haver licitações com cartas marcadas. O que não estamos afirmando que será o caso do transporte coletivo de Maceió.

Queremos dizer que, mais importante do que o processo licitatório em si é que, após a licitação, o serviço seja prestado com qualidade e atenda bem à população. Saindo do campo jurídico e entrando no campo urbanístico, apresentaremos a seguir nossas contribuições daquilo que acreditamos que trará qualidade ao sistema.

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Diferente de cidades europeias, que tiveram o desenvolvimento do transporte coletivo anterior à invenção do automóvel, Maceió teve suas linhas de bonde funcionando praticamente concomitante ao período em que se introduzia, aos poucos, o automóvel na capital alagoana. Seu sistema de bondes circulou de 1871 a 1956, primeiramente utilizando tração animal e, posteriormente, tração elétrica.





A partir de então, não apenas em Maceió, mas nas grandes cidades brasileiras, o bonde passou a ser substituído pelo transporte sobre pneus. Essa mudança foi fruto do pensamento rodoviarista que passou a vigorar no Brasil, por influência norte-americana. Também a partir da segunda metade do século XX, o Brasil passou por um forte processo de urbanização, com a migração da população do campo para as cidades. As vantagens que se apresentavam para o transporte por ônibus estavam na flexibilidade e no baixo custo de implantação, principalmente para alcançar bairros distantes, criados para acomodar as populações migratórias provenientes do interior do estado.

Os transportes urbanos passaram a se desenvolver na dualidade carro X ônibus, onde o primeiro era visto como um objetivo de vida a se alcançar e o segundo era apresentado como solução para aqueles que “ainda” não conseguiram alcançar o primeiro. O próprio pensamento Modernista do Urbanismo acreditava, na criação de Brasília, que todo cidadão, um dia, teria seu próprio carro para se deslocar.

Com isso, nós assistimos, ao longo das últimas décadas, a “privatização” da Mobilidade Urbana. O foco principal do Estado não era (e continua não sendo) o serviço público de transporte, mas a boa fluidez dos automóveis. Pontes, viadutos e alargamento de vias passaram a ser feitos nas cidades para abrir mais espaço para a crescente frota de veículos. Com as facilidades para se adquirir um automóvel, nossas cidades viram suas ruas se entupirem de carros, sendo constantes nos telejornais as notícias sobre congestionamento, poluição e mortes em acidentes de trânsito.

Esse processo ocorreu no mundo inteiro, mas algumas cidades de países desenvolvidos têm buscado soluções. Já outras têm empurrado o problema com a barriga, como tem sido o caso de Maceió. Dentre as soluções buscadas pelas cidades dos países desenvolvidos está a redução do número de carros no meio urbano, através de incentivos ao transporte coletivo, ao uso da bicicleta e à descentralização do comércio e serviços na cidade, favorecendo a “pedestrizanização”, que nada mais é do que utilizar as pernas para fazer curtos deslocamentos. Como o assunto desta postagem é o transporte coletivo, procuraremos focar mais nesse assunto para não nos alongarmos demais.

CURITIBA

Curitiba é uma cidade brasileira diferente de todas as outras. É conhecida mundialmente pelos bons resultados alcançados após décadas de aplicação do planejamento do uso do solo associado ao transporte. Como nos alongaríamos demais descrevendo Curitiba, resumimos no vídeo abaixo, apresentado pelo ex-prefeito Jaime Lerner, o que há no sistema de Curitiba que o faz funcionar satisfatoriamente:



Lerner apresenta quatro fatores que tornam o sistema satisfatório ao usuário: pista exclusiva, pagamento antecipado, embarque no mesmo nível e frequência. Explicaremos a seguir esses quatro fatores com mais detalhes e apresentaremos outros que acreditamos que devam ser levados em conta na elaboração da licitação do transporte coletivo de Maceió:


Pista exclusiva, ou corredor exclusivo

Diferente do que foi proposto pela SMTT de Maceió com o nome de “faixa seletiva”, que visa segregar os ônibus em uma única faixa para que eles não atrapalhem [sic] o trânsito dos carros, a faixa EXCLUSIVA só permite a circulação dos ônibus. É um espaço exclusivo para eles. O que se busca com a faixa exclusiva é permitir que o ônibus cumpra seu horário programado, evitando que ele perca tempo e combustível parado no congestionamento gerado pelos automóveis.

Em postagem de janeiro deste ano, demonstramos as capacidades de cada meio de transporte e propusemos a divisão da Av. Fernandes Lima de modo que seu espaço possa ser mais bem aproveitado.











Frequência


Dentre as emendas (pg. 9) apresentadas pelos vereadores, está um prazo máximo de 90 minutos para que o ônibus realize o percurso pré-determinado naquela linha. Acreditamos que, mais importante do que determinar um prazo máximo para o percurso, que dependerá da distância percorrida e da existência ou não de corredores exclusivos, seria a determinação de um intervalo máximo entre um ônibus e outro.

Como disse Lerner no vídeo, não se deve esperar mais do que 1 minuto pelo transporte. Sabemos que, devido à baixa demanda de passageiros, relacionada com a baixa densidade urbana, ter ônibus passando a cada minuto seria inviável economicamente. Porém, a utilização de veículos menores, como as vans, em linhas de menor demanda, integradas ao sistema de ônibus, permitiria frequências menores. Explicaremos melhor essa questão no item “integração do sistema”.


Embarque no mesmo nível

Nas emendas (pg. 9) apresentadas pelos vereadores, sugere-se um percentual de 30 % da frota adequada às pessoas com deficiência física. Sem demagogia, acreditamos que esse número deveria ser três vezes maior, 100 % da frota.

Utilizando a fração de 30 %, devemos admitir que a pessoa com deficiência física não terá o transporte ofertado em igualdade. A cada três ônibus, apenas um lhe servirá. Ou seja, se ele quiser chegar ao trabalho no horário, talvez tenha que acordar três vezes mais cedo do que o normal para poder pegar o ônibus que lhe é adequado.





Como pode ser visto no vídeo e como é descrito por Lerner, em Curitiba, o embarque é feito no mesmo nível do piso do ônibus, sem degraus. As estações de Curitiba têm sido gradativamente adaptadas com elevadores para o acesso de cadeirantes e carrinhos de bebê. Se a instalação de elevadores ficar muito cara aos cofres públicos, a elevação do passeio público pode ser outra solução, que inclusive já foi adotada em algumas paradas de Maceió.






Integração do sistema

A integração do sistema nada mais é do que a racionalização do mesmo. Atualmente, as linhas de transporte coletivo de Maceió apresentam-se basicamente de duas formas:

1) Várias linhas saindo de um mesmo bairro da periferia em direção a destinos diferentes. Ex: Benedito Bentes / Trapiche, Benedito Bentes / Centro, Benedito Bentes / Ponta Verde.





2) Várias linhas saindo de bairros diferentes, com um mesmo destino. Ex: Benedito Bentes / Centro, Eustáquio Gomes / Centro, Salvador Lira / Centro.





Com isso, podemos observar uma repetição e sobreposição de itinerários, o que torna o sistema irracional. A Av. Fernandes Lima, por exemplo, é utilizada por mais de 40 linhas de ônibus que têm origens e destinos semelhantes.

A racionalização consiste no “enxugamento” dessas linhas através da integração do sistema. Na Av. Fernandes Lima, essas 40 linhas de ônibus poderiam ser substituídas por uma única linha, que cortaria toda a cidade de norte a sul e seria alimentada por linhas provenientes dos diversos bairros da cidade. Como essa linha teria um carregamento muito grande, seria necessária a utilização de tecnologia superior ao ônibus comum, que poderia ser um VLT ou mesmo um ônibus bi-articulado, como os que são utilizados em Curitiba há décadas.





Para simplificar: se você está na praia de Ponta Verde e quer ir à UFAL, atualmente, você teria que aguardar o Eustáquio Gomes / Ponta Verde; ou se você está também na Ponta Verde e quer ir ao Tabuleiro, teria que aguardar o Benedito Bentes / Ponta Verde. Com o sistema integrado, você teria um ônibus lhe levando até a Fernandes Lima e lá você teria um VLT ou bi-articulado lhe levando até a UFAL ou ao Tabuleiro.

Para que o sistema exemplificado funcione, é necessário que haja também uma integração tarifária (que explicaremos melhor no item “pagamento antecipado”), a criação de corredores exclusivos para o transporte coletivo e a oferta de ônibus com uma boa frequência. Tudo tem que estar afinado para que funcione de fato como um sistema.

Quando se fala em integração, não se pode esquecer que a bicicleta é um veículo e que deve ser levada em consideração dentro do sistema, como alimentadora do mesmo, com a criação de bicicletários em locais estratégicos da cidade.


Legibilidade do sistema

Você saberia dizer, hoje, qual ônibus você deve tomar para ir a qualquer lugar da cidade? Provavelmente, você só conhece o ônibus que lhe leva ao trabalho; ou o ônibus que vai ao Centro; ou aquele que seu filho toma para ir à escola. Isso se deve à irracionalidade atual dos transportes urbanos de Maceió.

Um sistema integrado funciona tal qual um sistema de metrô. Há um mapa mostrando todas as linhas e, de acordo com o destino que você deseje ir, você vai tomando os ônibus (ou trens) que lhe permitam fazer o percurso mais curto (consequentemente mais rápido).



mapa da rede de metrô de Paris




mapa da Rede Integrada de Transportes de Curitiba



exemplo de rede integrada para Maceió


Com isso, o sistema ficaria legível para o usuário, que poderia se deslocar com facilidade de qualquer ponto a qualquer ponto da cidade. Em sendo uma cidade turística, a boa legibilidade do sistema permitiria que turistas se deslocassem com facilidade, tendo mais uma opção além dos táxis.


Outras fontes de energia

Vale lembrar que os transportes são os principais emissores de poluentes nas cidades, causando problemas respiratórios e redução da expectativa de vida da população. Não se pode deixar de levar em consideração, na licitação dos transportes coletivos de Maceió, a necessidade de utilização de energias limpas e/ou renováveis. Nós já tratamos da questão da poluição aqui no blog em outra oportunidade. E, no último domingo (12), foi ao ar no programa Repórter Eco, da TV Cultura, uma matéria que mostrou a utilização de ônibus menos poluentes na cidade de São Paulo.


Pagamento antecipado da tarifa ou Tarifa Zero

Em Maceió, o pagamento da tarifa já é parcialmente antecipado, com os estudantes, que recarregam seus cartões em postos da Transpal. Quando Lerner fala sobre o pagamento antecipado em Curitiba, ele se refere às “estações tubo” utilizadas naquele sistema. Ao entrar na estação, o usuário já paga o ônibus. Quando o ônibus para no ponto, não há aquela fila de pessoas pagando e pegando seu troco com o cobrador que está dentro do ônibus. O cobrador fica no próprio ponto. Quando o ônibus para, todos entram rapidamente e, com o embarque no mesmo nível, reduz-se o tempo de parada no ponto.

Uma solução um pouco mais avançada foi adotada pela cidade de Madri, na Espanha. O usuário pode comprar seu cartão de acesso ao transporte para uma semana, por mês ou por ano. Com isso, é reduzida a necessidade de circulação de dinheiro nos pontos de ônibus, evitando assaltos. Como o sistema de Madri é integrado, o cartão que você comprou lhe dá direito a tomar quantos ônibus quiser. Desta forma, você faz a integração livremente e chega ao seu destino rapidamente.

Uma outra proposta, um pouco mais polêmica, é a denominada “Tarifa Zero”, apresentada pelo ex-secretário de transportes de São Paulo, Lúcio Gregori. A ideia é que o transporte público é um serviço público como a saúde, a educação ou outro qualquer. Portanto, não se pode aceitar que apenas seus usuários paguem sua tarifa. Da forma como está, o serviço se torna extremamente caro para quem é assalariado ou está desempregado e é irrisório para quem tem um poder aquisitivo maior. O que Gregori propõe é uma reforma tributária que possibilite o pagamento das empresas de ônibus com os impostos que nós já pagamos.





Para entender melhor a proposta, veja a entrevista com Lúcio Gregori (parte 1 / parte 2).


Fim do apartheid nos transportes

Pode parecer um pouco absurdo, não é nada oficial, mas é fato que existe um apartheid social nos transportes e em qualquer serviço público. Na nossa sociedade capitalista, em que a felicidade e o status se medem através da riqueza financeira e dos bens que a pessoa possui, os serviços públicos não são vistos com bons olhos. Se a saúde pública é ruim, paga-se um plano de saúde. Se a educação pública é ruim, matricula-se o filho numa escola privada. Se o transporte público é ruim, compra-se um carro.

O fato é que, no Brasil, só usa serviço público quem não consegue tê-lo de forma privada, numa verdadeira inversão de valores. Com isso, não é raro que as melhorias nos serviços públicos sejam constantemente usadas como moeda de troca em períodos eleitorais ou mesmo como uma esmola aos “pobres coitados” que não têm condições de se livrar dessa droga que é o serviço público.

O ex-prefeito de Nova York, Rudolph Giuliani, quando conseguiu renovar o metrô de sua cidade, que estava decadente há vários anos, decidiu ele mesmo utilizá-lo como forma de mostrar aos nova-iorquinos o quão bom estava aquele transporte.

Esperamos que a licitação dos transportes coletivos de Maceió deixe o serviço tão bom ao ponto do prefeito ou dos vereadores de Maceió poderem deixar seus carros em casa e ir trabalhar todos os dias da mesma forma que a maioria da população. Esperamos que o transporte coletivo não seja mais visto como uma migalha aos pobres, nem como uma forma de enriquecer empresários que o exploram, mas como um serviço público que atenda à população como um todo e que preze pela eficiência e pela qualidade.

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Para ver alguns problemas enfrentados pelos usuários de transporte coletivo de Maceió, assista a matéria (parte 1 / parte 2) produzida pelo programa Página Aberta, da TV Educativa.

Para ver algumas soluções para esses problemas, assista o documentário produzido pelo Discovery Channel, intitulado “Soluções para o Trânsito”.


domingo, 12 de junho de 2011

Dia dos namorados



Neste dia dos namorados não compre nada, aproveite pra namorar…

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Protesto inteligente... e doloroso



Depois de levar uma multa de US$ 50 por pedalar fora da área reservada aos ciclistas, o americano Casey Neistat, 29, decidiu protestar de uma forma, no mínimo, dolorosa: saiu pelas ruas de Nova York disposto a andar somente na faixa para ciclistas, batendo em todos os obstáculos que aparecessem pelo caminho. E não foram poucos.

Neistat bateu em um carro da polícia, um táxi e até em um caminhão de mudanças — na colisão, ele foi lançado para dentro do caminhão.

Todo o "protesto", que foi feito em Manhattan, foi filmado, e os vídeos postados no YouTube. Em apenas dois dias, os vídeos foram vistos por mais de 700 mil pessoas.

No vídeo, Neistat diz frases como "a faixa para ciclistas não é o lugar mais seguro", "multem as pessoas bloqueando as faixas, não os ciclistas" e "não acho que as pessoas sabem respeitar as faixas para os ciclistas".

Em entrevista ao "The Huffington Post", o ciclista disse que sua principal motivação para os vídeos foi o humor.

"Minha motivação número um para fazer os vídeos era ser engraçado", disse Neistat.





Fonte: UOL Notícias


Contribuição enviada por Moacir Pedrosa. Se você também quiser contribuir com o blog, escreva para bicicletadademaceio@gmail.com


quarta-feira, 8 de junho de 2011

Reunião com Ministério Público





A convite da vereadora Heloísa Helena, no dia de hoje (08), alguns participantes da Bicicletada de Maceió e membros da Associação Alagoana de Ciclismo – AAC, estiveram presentes em reunião realizada no Ministério Público Estadual, no gabinete dos promotores Max Martins e Denise Guimarães.

A vereadora convocou a reunião com os grupos que defendem o uso urbano da bicicleta com o intuito de firmar um Termo de Ajuste de Conduta – TAC com a Prefeitura de Maceió para implementação de infraestrutura cicloviária na cidade. Heloísa ressaltou a importância da construção de uma ciclovia na Av. Menino Marcelo como forma de garantir o trânsito seguro dos trabalhadores que se deslocam da periferia à planície litorânea de Maceió.

Os participantes da Bicicletada de Maceió expuseram a necessidade de construção, não apenas de ciclovias, mas de ciclofaixas, por toda a cidade, sempre que alguma via sofrer alteração em seu trânsito, como foi o caso recente da Av. Jatiúca. Os participantes da Bicicletada de Maceió também ressaltaram a importância de campanhas educativas permanentes que mostrem para o motorista a bicicleta como um veículo que deve ser respeitado.

Os membros da AAC lembraram que há um plano sendo desenvolvido pela Secretaria Municipal de Planejamento, denominado “Plano de Transporte dos Não-Motorizados”, que tem sido debatido por três anos, mas que precisa ser posto em prática.

Foi convocada uma nova reunião para o dia 13/07/2011, às 10h, no mesmo local, com a participação de representantes de secretarias municipais, entidades ligadas à construção civil e Ministério Público do Trabalho.


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Poucas horas após o término da reunião, um garoto de 13 anos foi atropelado na Av. Juca Sampaio (via que faz ligação da Av. Menino Marcelo com a planície litorânea de Maceió) quando se deslocava com sua bicicleta cargueira transportando pães.

Há pouco menos de um ano, noticiamos aqui no blog a morte de uma senhora no mesmo local onde o garoto foi atropelado. Na mesma postagem, dizíamos que a Av. Jatiúca tivera seu asfalto renovado e que receberia sinalização. Pedíamos para que os ciclistas ficassem atentos se, na sinalização, a bicicleta seria levada em consieração ou se continuaria sendo tratada como se não existisse. Quase um ano depois, a Av. Jatiúca tornou-se mão única, foi sinalizada e o ciclista foi esquecido.


segunda-feira, 6 de junho de 2011

Dia de festa!




Aconteceu, no último domingo (05), a 5ª edição do Passeio Ciclístico do Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA-AL). Segundo os organizadores do evento, cerca de duas mil pessoas participaram do passeio que já virou tradição na cidade.





Podemos observar um aumento considerável no número de participantes em comparação ao passeio de 2010, provavelmente porque no último ano o tempo estava um pouco chuvoso. Mas já é um fato que, a cada ano, o número de participantes só faz aumentar.





Acreditamos que o crescimento do passeio esteja relacionado ao aumento do número de pessoas que usam a bicicleta como meio de transporte na cidade, bem como o fato da bicicleta estar constantemente na mídia, principalmente quando é apresentada como uma boa solução de transporte, além dos seus benefícios para a saúde e para o Meio Ambiente.





Ficamos muito contentes com o crescimento do passeio, porém só lamentamos não termos conseguido registrar a presença de participantes tão assíduos, como a senhora da bicicleta Ceci dourada ou o senhor que leva sua filha numa cadeirinha presa à bicicleta. Com um passeio tão grande, fica até difícil encontrar alguém.








No mais, só temos a parabenizar o IMA pelo absoluto sucesso de mais um passeio que, se não conseguiu encorajar mais pessoas a pedalarem na selva de carros, ao menos fez com que elas lembrassem de suas bicicletas que estavam encostadas na garagem há bastante tempo.



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Contudo, num dia de tanta alegria, alguns fatos curiosos e lamentáveis nos chamaram a atenção:





No final do passeio, próximo ao Alagoinhas, um senhor passava desfilando e acelerando o possante motor de sua motocicleta, carregando, na garupa, uma criança que não aparentava ter a idade mínima permitida por lei (sete anos).






Outro fato que nos chamou a atenção foi quando já havia diversos carros estacionados na contramão, debaixo de uma placa de proibição, e estacionou mais um. Assim que desceu do carro, o filho correu para ver o que dizia a placa (já que o pai não podia ver por ter parado na contramão). O filho olhou a placa e sinalizou para o pai com o indicador dizendo que não era permitido estacionar ali. Mesmo assim, o pai fechou o carro e a família saiu para seu passeio dominical.


Será que devemos acreditar que, educando os pequenos, conseguiremos um futuro melhor? O que a criança vai levar como lição na vida: o que a escola lhe ensina ou o que seus pais lhe ensinam?