por Alisson Tenório - 08/12/2014
Neste post tentarei relatar a experiência do dia 28 de novembro, aonde eu e mais dois integrantes da Bicicletada de Maceió tivemos o prazer de participar e trocar experiências na Bicicletada de Recife.
Meu
passeio começou no caminho de encontro a Bicicletada. Este percurso foi marcado por uma forte chuva na travessia de toda a Avenida Caxangá
até o ponto de encontro na Praça do Derby, uma região mais central de Recife. A Avenida Caxangá possui um porte similar ao da Avenida Fernandes Lima em Maceió, porém possui uma faixa exclusiva para BRT - sem essa de entrar táxi ou outro veículo. O sistema ainda não é integrado, por isso nas outras faixas ainda circulam ônibus de linha comum. Como a Avenida Caxangá não possui ciclovia ou ciclofaixa utilizei a faixa do BRT para trafegar, porém como o BRT é muito silencioso, não conseguia escutá-lo com facilidade se aproximando, o que era muito perigoso. Achei menos arriscado pedalar junto com os outros veículos, foi uma luta contra outros carros e ônibus fechando ou não dando espaço, nada de muito diferente de Maceió que não estivesse já acostumado.
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Ponto de encontro, Praça do Derby |
Cheguei
ao ponto de encontro mais ou menos 40 minutos depois do horário inicial de
concentração, a chuva deu uma trégua nessa hora. Na praça também me encontrei com os
outros dois integrantes da Bicicletada de Maceió que também viajaram para Recife: Moacir Pedrosa e Bruno de Lucas. Ficamos conversando e trocando ideias com outros integrantes da Bicicletada de Recife até o momento da partida aonde, mesmo com a chuva ameaçando voltar, cerca de 30 pessoas participaram do passeio.
Algo que chamou muito a minha atenção foram os "gritos de guerra" da Bicicletada de Recife, algo que não acontece em Maceió. Gritos como "mais amor, menos motor", "mais adrenalina, menos gasolina" animavam a noite e ajudavam a criar um clima crítico tanto para os integrantes da Bicicletada quanto para as pessoas na rua que viam o movimento.
Em uma parte do passeio, logo após um integrante de skate se juntar a nós, os integrantes decidiram pedalar por uma ponte com um fluxo muito forte. Eles logo explicaram que a ponte foi feita apenas para beneficiar um shopping e que ela foi construída em
área de mangue, o que era proibido. Além disso a via foi construída sem
ciclovias, mesmo sendo necessária considerando o fluxo da mesma. Outro detalhe foi que para amenizar o impacto negativo da via, a prefeitura junto com o shopping construíram uma espécie de praça na metade do caminho, mesmo sendo inviável o uso da praça, pois era muito difícil se deslocar para lá. Nesse momento os integrantes protestaram ironicamente tirando uma foto dizendo que estavam aproveitando a praça.
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Daniel Valença, Moacir e eu |
O passeio continuou em direção a orla de Boa Viagem para uma merecida parada para se hidratar com uma água de coco. Aproveitamos para trocar experiência com o pessoal do Bike Anjo Recife, que foram muito solícitos conosco durante todo o fim de semana. Continuamos e passamos pelo emblemático Cais Estelita, famoso pelos acontecimentos do movimento Ocupe Estelita, também tivemos o prazer de margear um rio com vista do Recife Antigo. A essa altura grande parte do grupo já havia dispersado para suas casas ou para algum happy hour. Bruno voltou para Boa Viagem para sua hospedagem e eu e Moacir seguimos para o Derby para as nossas. Daniel Valença, coordenador geral da AMEciclo, auxiliou nos guiando até a praça do Derby e pudemos trocar mais experiências no caminho. Por fim fiz integração de modal no BRT com minha bicicleta dobrável e voltei para casa.
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Voltando com a dobrável no BRT |
Acredito que esta tenha sido uma experiência muito rica e só tenho a agradecer toda a galera de Recife que deram seus relatos, sua ajuda e força de luta. Certamente surpreendente.